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A situação precária do país, uma reunião que soube a pouco e as tarifas dos elétricos
12/09/2024 07:01

Bom dia,

O aviso vem do economista-chefe do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE). A despesa com pensões em Portugal cria uma "situação bastante precária", tendo em conta o envelhecimento da população. Nesta entrevista ao Negócios, Rolf Strauch pede "cautela" orçamental no longo prazo e lembra que a dívida pública ainda está elevada para o que são os padrões definidos nos Tratados. No dia em que o BCE deverá anunciar nova descida das taxas de juro, Strauch – que se recusa a dar opinião sobre qual deve ser o caminho da política monetária – acredita que no futuro não teremos taxas baixas como no pré-pandemia.

Na reunião desta quinta-feira, o BCE decidirá por um novo corte – é pelo menos essa a expectativa de todos. O mercado atribui uma elevada probabilidade de essa ser a decisão tomada na reunião desta quinta-feira e é um cenário que já se reflete nas taxas Euribor. É, por isso, para os sinais sobre o futuro que todos estarão a olhar. Mas, neste caso, as expectativas são baixas: a presidente Christine Lagarde não deverá fazer compromissos. O Conselho do BCE deverá avançar para o passo seguinte no seu processo de redução dos juros, com um corte na taxa diretora (aplicável aos depósitos) em 25 pontos base para 3,5%.

A expectativa era grande, mas a reunião da concertação social acabou por não avançar nada em relação aos salários e outras matérias laborais. O Orçamento do Estado para 2025 é que comanda e mexe as peças. As confederações empresariais e sindicais acabaram por sair da sala sem qualquer proposta para a subida do salário mínimo no próximo ano, assim como no que diz respeito à fiscalidade das empresas, num momento em que o objetivo de descida de taxas de IRC é um dos pontos a afastar o Executivo de Luís Montenegro de uma eventual viabilização da proposta de Orçamento do Estado para 2025 pelo Partido Socialista.

Em plena guerrilha de tarifas, com a Comissão Europeia a impor custos adicionais às importações de carros elétricos da China, a BYD diz ao Negócios que não perde o sono com esse dossiê. "Não me preocupa", garante Stella Li, vice-presidente executiva da fabricante chinesa a nível global e CEO para as Américas, à margem da inauguração de um novo concessionário em Lisboa, em parceria com a Salvador Caetano. E porque é que não está preocupada? "Porque a BYD já vai começar a produzir na Hungria. Ou seja, o ataque ao mercado europeu – por parte de uma marca que já é líder mundial nos carros elétricos – será reforçado a partir da própria UE, num país que tem estado sistematicamente desalinhado com os parceiros comunitários, nomeadamente na política externa.

Boas leituras e boa quinta-feira,