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Fundos para o TGV, a entrevista a Roberta Metsola e as ações da Farfetch por cêntimos
09/01/2024 07:01

Bom dia,

Bruxelas confirma perda de fundos se TGV não avançar já. O lançamento do concurso público para a primeira fase do projeto da alta velocidade entre Lisboa e Porto no próximo dia 18 de janeiro “é decisivo” para a candidatura desta obra aos 729 milhões de euros de financiamento afeto a Portugal no âmbito do CEF (Mecanismo Interligar a Europa, na sigla em inglês), a qual termina no final deste mês. Esta é a conclusão apresentada pela Representação Permanente de Portugal junto da União Europeia (REPER) a um pedido de esclarecimento do gabinete do secretário de Estado dos Assuntos Europeus, a que o Negócios teve acesso.

"Precisamos de fortalecer o centro europeísta". Quem o diz é Roberta Metsola, a presidente do Parlamento Europeu, que respondeu a perguntas do Negócios sobre os principais desafios da UE para 2024 e as eleições europeias de junho. Eleita líder da instituição em 2022, defende o fortalecimento do centro europeísta na próxima legislatura – habitualmente composto por PPE, Socialistas e Liberais -, pede mobilização de todos para explicar os benefícios da União Europeia e garante que a Ucrânia continuará a ser “prioridade máxima”.

Depois de uma batalha perdida é tempo de recolher os despojos. Desde que entrou em bolsa até ao dia em que deixou de negociar (no seguimento da venda à sul-coreana Coupang), as ações da Farfetch tombaram 96,79%. Para que não restassem dúvidas quando ao futuro, a empresa deixou claro que espera que os acionistas “não recuperem qualquer dos investimentos em curso”. Assim, os pequenos acionistas tentam agora vender os títulos (por cêntimos de dólar) fora da bolsa, no mercado “over the counter” (OTC), nem que seja para realizar menos-valias e fechar o capítulo.

Em destaque na edição de hoje do Negócios está ainda o travão à cobrança de dívidas da Segurança Social, uma garantia que pode ficar sem efeito se o beneficiário tiver património. No turismo, abriram mais de 60 hotéis e há quase 100 na calha e, na indústria da microeletrónica e semicondutores, há um novo financiamento de 121 milhões de euros até 2027 (mas as verbas quase triplicam somando fundos europeus disponíveis).

Terça-feira é ainda dia de Radar África, onde pode ler sobre a "maldição" do gás natural que apanhou Moçambique. A par da chamada “maldição do petróleo” – expressão usada para identificar os países africanos que ficaram presos na armadilha da riqueza fácil potenciada por esta matéria-prima –, pode-se agora transferir esta “maldição” para o setor do gás natural e aplicá-la a Moçambique. A diferença reside no facto de países como Angola ou a Nigéria serem efetivamente produtores de petróleo, ao invés de Moçambique, que ainda não chegou a tirar partido das grandes jazidas de gás natural descobertas em 2011 na província de Cabo Delgado, a norte do país, devido aos ataques levados a cabo por extremistas islâmicos.