Os cinco cenários prováveis da crise política em França
04/12/2024 13:52
Os apelos foram à 25.ª hora feitos pelo presidente e pelo primeiro-ministro, mas tudo indica que os deputados franceses ignoraram a dramatização. A extrema-direita, liderada no parlamento por Marine Le Pen, e a esquerda radical, unida na Nova Frente Popular, prepararam-se para derrubar o governo ao fim de 50 dias no poder.
Esta terça-feira, Michel Barnier e Emmanuel Macron – que está fora, na Arábia Saudita – fizeram um pedido in extremis, apelando à responsabilidade dos deputados da Assembleia Nacional. O primeiro-ministro apontou o "desconhecido" que se segue à queda do Executivo, que seria a primeira por via de uma moção de censura desde 1962.
Os cenários mais prováveis são pelo menos cinco e podem ir de um recuo de Le Pen na viabilização da moção da esquerda a um braço-de-ferro de Macron para manter o atual chefe do governo.
Este é o panorama que se desenha com maior probabilidade de acontecer: uma das duas moções que começam a ser debatidas às 16 horas (hora de Lisboa) é aprovada pelos deputados. A esquerda já disse que votará contra a iniciativa apresentada pela União Nacional (UN) de Marine Le Pen, que lidera a bancada. Mas o partido da extrema-direita anunciou logo que iria colocar-se ao lado da esquerda viabilizando a censura ao governo. Até agora, as posições parecem não ter mudado. São necessários 289 votos dos 577 deputados. O bloco da esquerda (182) e a UN (143) conseguem juntos 325 votos, número mais do que suficiente para derrubar o Executivo, partindo do princípio que não há dissidentes, sobretudo à esquerda.
Os apelos de última hora feitos por Macron e Barnier ainda podem ter surtido efeitos. O primeiro-ministro ficou conhecido pela capacidade negociadora durante o processo do Brexit. Se terá conseguido convencer Le Pen a abster-se na moção da esquerda, pode ganhar algum oxigénio e manter as negociações com a União Nacional para fazer aprovar o Orçamento do Estado para 2025, cedendo em áreas como os impostos e as pensões.
Seria um Executivo 2.0 de Michel Barnier que poderia ter uma nova configuração e caras novas, com o presidente a segurar o atual primeiro-ministro. Não seria inédito na história da política francesa. Isso aconteceu quando Charle de Gaulle reconduziu Georges Pompidou em 1962 – o único primeiro-ministro que caiu face a uma moção de censura, como lembra o El País. Este cenário parece o mais longínquo e as relações entre o Eliseu e o Palácio de Matignon (residência oficial do primeiro-ministro) não têm sido as melhores. Aliás, Macron deixou Barnier sozinho a enfrentar a crise política e viajou para Riade na segunda-feira. Em todo o caso, o atual chefe do governo teria de se manter em funções mais algumas semanas até janeiro do próximo ano. Se o período se estendesse, então seria necessário governar em duodécimos, até o novo executivo apresentar um Orçamento do Estado para o resto do ano.
Há ainda hipótese de Emmanuel Macron apresentar um novo primeiro-ministro à Assembleia Nacional. O Presidente, cujo mandato termina em 2027 pode, de facto, nomear um novo primeiro-ministro, com novos ministros, mas a escolha de Michel Barnier, de centro-direita, demorou semanas e não foi um nome consensual. A Assembleia Nacional está dividida em três grandes blocos: os apoiantes de Macron, a extrema-direita – União Nacional – e a coligação de esquerda que inclui também os extremos – Nova Frente Popular. Encontrar um nome que agrade a todos deverá mostrar-se mais difícil.
É o quadro com menor probabilidade de se concretizar. Emmanuel Macron já garantiu que não atira a toalha ao chão e vai manter-se até ao final do mandato. O mais provável é que convoque eleições até ao verão do próximo ano, tentando desbloquear o impasse no parlamento francês em que não há maiorias claras ou possíveis entendimentos.
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