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Boa nova para os investidores, borlas fiscais e Mia Couto no seu Weekend
15/11/2024 07:30

Bom dia,

A bolsa de Lisboa está a preparar novos instrumentos de dívida pública portuguesa dirigidos aos pequenos investidores. O IGCP considera que a iniciativa é "positiva" e admite até vir "eventualmente" a constituir um canal de distribuição "adicional" de certificados de aforro.

Os contribuintes pagam generosas borlas fiscais em IRS que beneficiam sobretudo as famílias com os rendimentos mais altos. Portugal lidera, por larga margem, os poucos países da UE onde os benefícios fiscais agravam as desigualdades. A conclusão é da Comissão Europeia.

Portugal já vende roupa, cortiça, vinho, queijo e manteiga para o país do Cáucaso que este ano organiza a COP29. Em sentido contrário, o Azerbaijão é o quarto maior fornecedor de petróleo bruto. Mas há "potencial" para mais na energia limpa. A jornalista Bárbara Silva, que está em Baku para cobrir a cimeira do clima conta-nos que as energias renováveis podem ser uma nova porta de entrada das empresas nacionais no Azerbaijão.

Passados 25 anos sobre a aquisição de uma unidade de negócio deficitária à Efacec, que tentou comprar no processo de reprivatização, António Ricca vai pôr a Efaflu a concorrer com a companhia fundada pela sua família, num investimento de seis milhões de euros na construção de uma nova fábrica, que deverá criar cerca de 60 postos de trabalho.

Donald Trump está a pressionar ainda mais as contas da Defesa europeia. O compromisso do Governo português na NATO já exige uma subida de gastos a rondar dois mil milhões de euros até 2029, num reforço não garantido nas previsões orçamentais. Mas a meta pode subir. Aliados europeus terão de gastar "muito mais" do que 2% do PIB, avisou Mark Rutte, secretário-geral da organização.

E agora o seu Weekend.

"Vivi 16 anos de guerra civil em Moçambique; não quero mais", diz Mia Couto em entrevista ao Negocios. O seu novo livro, "A Cegueira do Rio", fala-nos sobre vários apagamentos, incluindo o da escrita, e é precisamente um convite a uma outra escrita e à possibilidade de escrever a História em conjunto. Ou, "se vamos esquecer, ao menos esqueçamos juntos". É essa sabedoria que o escritor moçambicano deseja também para o seu país, embora deixe um desabafo à jornalista Lúcia Crespo que diz muito sobre o estado das coisas:  "Tenho medo de falar, digo-lhe com franqueza".

Para leituras longas, pode também encontrar uma análise desencadeada por uma pergunta cada vez mais premente: Este é o fim do domínio do Ocidente? A história mostra que, ciclicamente, os impérios caem por terra. Foi assim com os romanos, os persas, os mongóis, entre outros. Nos últimos três séculos, o Ocidente ocupou esse espaço de força dominante no mundo, enquanto modelo político, económico e de valores. Mas a verdade é que esse domínio está em decadência. E pode ficar ainda mais enfraquecido com Trump na Casa Branca. Hoje, a influência dos EUA e da Europa no mundo é menor. Por isso, outras potências estão a tentar impor-se, em diferentes geografias. Dois historiadores – António José Telo e Bruno Cardoso Reis – apontam as fragilidades deste gigante com pés de barro.

Boas leituras (em papel, no site ou por via do Whatsapp do Negócios). De segunda a sexta-feira, pode ainda acompanhar o programa televisivo do Negócios no NOW, disponível na posição 9.

Um ótimo fim de semana