Canadiana Alberta compra têxtil de Barcelos que vestiu Benfica com Inimigo
05/08/2024 11:30
Aos 14 anos, Hélder Brito já se desenrascava bem em inglês e francês, servindo de interprete particular do pai nas duas visitas anuais do empresário à parisiense Première Vision, uma das mais conceituadas feiras de têxteis do mundo.
Dividindo os estudos com a aprendizagem nos teares da tecelagem que o pai, Joaquim Carvalho de Brito, fundara em Barcelos, Hélder via-se a prosseguir o negócio da família.
Mas o pai decidiu vender a fábrica, na passagem do milénio, levando o jovem, na altura com 20 anos, a pedalar a sua própria bicicleta empresarial, comprando fio, subcontratando a tecelagem e vendendo as malhas.
Tudo corria bem, até que o seu único cliente passou a comprar diretamente aos fornecedores de Hélder. Solução: o jovem empresário de Barcelos arrisca na venda das peças já acabadas a dois clientes, Rui Costa e o dinamarquês Rickie Madsen.
2011: em plena crise das dívidas soberanas e com a troika em Portugal, Hélder Brito e os seus dois clientes juntam-se na criação da Pure Cotton, tendo como marca própria de luxo a Inimigo, que chegou a vestir os jogadores e funcionários do Sport Lisboa e Benfica (SLB) durante três temporadas, entre 2018 e 2021.
Cerca de 13 anos depois de terem juntado os trapinhos empresariais, Brito, Costa e Madsen decidiram vender o controlo da Pure Cotton a uma "private equity" canadiana que também foi fundada em 2011.
"A Pure Cotton, uma das principais fabricantes portuguesas de vestuário de alta qualidade, anunciou hoje o reforço da sua estrutura acionista com o fundo privado Alberta Equity Fund (AEF)", revela a empresa de Barcelos, esta segunda-feira, 5 de agosto, em comunicado.
O fundo, com sede em Calgary, Alberta, Canadá, adquiriu uma participação maioritária de 75% na empresa, "e o seu investimento servirá para impulsionar a estratégia de crescimento da Pure Cotton, com um foco nos mercados norte-americano e internacional", explica.
O investimento do AEF marca a sua primeira entrada no mercado de produção têxtil, "criando assim uma integração vertical com os seus investimentos já existentes na indústria da moda", sendo que o sue portfólio abrange também investimentos nas áreas dos transportes e imobiliário.
O investimento da "private equity" canadiana na empresa barcelense "reflete a confiança do fundo na ‘expertise’ e nas vantagens competitivas da Pure Cotton no fabrico de vestuário de alta qualidade", realça o novo dono.
"O compromisso da Pure Cotton com produtos de alta qualidade, design inovador e preços competitivos confere-lhe uma posição única na indústria têxtil global. Estamos entusiasmados por apoiar o crescimento da empresa, disponibilizando recursos financeiros e humanos para acelerar o seu desenvolvimento ", afirma Mark Grunert, presidente do AEF.
Especializada no design, desenvolvimento e produção de vestuário "de alta qualidade" para homens, mulheres e crianças, a Pure Cotton possui marcas de luxo, como a já referida Inimigo, e a marca de ‘lifestyle’ para jovens D.RT, garantindo que "a sua moderna unidade de produção permite assegurar uma qualidade de classe mundial, tempos de resposta rápidos e flexibilidade ao longo do processo de fabrico".
O investimento do AEF fortaleceu a equipa de gestão com a nomeação de Sandra Ribeiro como nova CEO.
"Este investimento permite-nos alavancar a experiência e os recursos do AEF para aproveitar todo o nosso potencial. O objetivo da Pure Cotton é tornar-se um parceiro preferencial para marcas de luxo globais, marcas emergentes e startups, desenvolvendo e produzindo peças icónicas para os seus clientes", afirma a nova presidente executiva da empresa.
Licenciada em Engenharia e Gestão Industrial pela Universidade do Minho e mestre em Tecnologias Ambientais, Sandra Ribeiro possui vasta experiência em gestão geral e de operações em vários setores, incluindo moda, bens de luxo, joalharia, mobiliário e materiais de construção, tendo já trabalhado com empresa com empresas e marcas conceituadas como LVMH - detentora de marcas como a Louis Vuitton, a Dior ou a Moet & Chandon -, LIB Baby & Kids, MOSH, Latinho Group, PLF Investwood e Angora.
Sem querer revelar o valor da transação nem detalhar as atuais posições acionistas dos três fundadores da Pure Cotton, fonte oficial da empresa adiantou apenas que a fabricante de vestuário de Barcelos emprega cerca de 90 pessoas.
Também não foi possível apurar o valor da faturação da Pure Cotton, com a empresa a afiançar que "mais de 90% das suas vendas" são provenientes de exportações, apresentando "uma forte presença na América do Norte e na Europa".
A Pure Cotton destaca-se, assevera. pela sua "sustentabilidade e certificações, estando comprometida com práticas de produção ética e responsabilidade ambiental".
Possuindo certificações como BSCI, OEKO-TEX e GOTS, "assegurando condições laborais justas, materiais seguros e utilização de algodão orgânico", manifesta-se "orgulhosa do seu processo de produção verticalmente integrado, gerindo todas as etapas desde o design inicial até à entrega final de vestuário para homens, mulheres e crianças".
De acordo com a empresa, a certificação OEKO-TEX da Pure Cotton garante "a ausência de substâncias ou químicos nocivos nos seus processos de fabrico, protegendo tanto os trabalhadores como o ambiente", sendo que a empresa "também utiliza algodão orgânico certificado pelo GOTS, prioritizando a saúde dos solos, ecossistemas e pessoas".
Já o facto de ser certificada pela Iniciativa de Conformidade Social Empresarial (BSCI) "demonstra o seu compromisso com práticas de produção éticas, garantindo condições de trabalho justas para todos os colaboradores ao longo da cadeia de fornecimento, em conformidade com os padrões laborais internacionais", sublinha a empresa.
Através destas certificações e práticas, conclui, "a Pure Cotton e as suas marcas demonstram o seu compromisso diário com a criação de vestuário de alta qualidade, minimizando o impacto ambiental e assegurando um tratamento ético dos trabalhadores".
AICEP considera "altamente improvável" que investimentos dos EUA em Portugal estejam em causa
21/11/2024 23:12
António José Seguro assume estar a ponderar candidatura a Belém
21/11/2024 21:57
Wall Street encerra no verde. Alphabet afundou mais de 4%
21/11/2024 21:13
Ramada mais do que triplica lucros para 26,9 milhões até setembro
21/11/2024 20:33
Grupo Névoa compra stand da Volvo em Palmela
21/11/2024 20:15
Câmara de Lisboa perspetiva novidades "ainda este ano" sobre projeto de metro ligeiro até Oeiras
21/11/2024 19:52
Presidente do INEM diz que socorro pré-hospitalar não é para privatizar
21/11/2024 19:44
Sindicato vai convocar greves na Volkswagen na Alemanha a partir de dezembro
21/11/2024 18:28
Salvador Caetano volta a apostar em mais três marcas chinesas
21/11/2024 18:19
Encontro fora da Caixa: O realismo do Orçamento de Estado para 2025
21/11/2024 18:04
Matt Gaetz desiste da nomeação a procurador-geral de Trump
21/11/2024 17:55
Lucro da Altri mais do que triplica até setembro para 89,6 milhões
21/11/2024 17:38
Provedora pede à ministra da Justiça que garanta direito ao esquecimento em insolvências
21/11/2024 17:03
Sonae lidera investimento de 10 milhões na norte-americana Trustero
21/11/2024 17:00
Lisboa escapa às perdas com impulso do BCP
21/11/2024 16:49
Pensões: PCP, BE e Livre votam a favor proposta do PS e viabilizam aumento adicional em 2025
21/11/2024 16:18
Dona da JOM converteu antiga sede vínica num ?retail park? de 12 milhões
21/11/2024 16:04
Galp quer transformar postes de iluminação pública em carregadores de veículos elétricos
21/11/2024 15:42
Entradas de museus e monumentos aumentam a partir de janeiro. Torre de Belém fica sete euros mais ca
21/11/2024 15:33
Reino Unido aplica sanções a Isabel dos Santos e dois dos seus associados
21/11/2024 14:47