25 de Abril: Calçado cravou Cadilhe no caminho da indústria mais sexy da Europa
24/04/2024 12:02
Em 1974, com pouco mais de 600 empresas e 15 mil trabalhadores, a indústria portuguesa de calçado vivia essencialmente voltada para dentro, com práticas de gestão e de produção presas ao passado.
No ano seguinte, era criada a Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos (APICCAPS), e em 1978 surge o primeiro plano estratégico do setor, que teve como principal autor Miguel Cadilhe, que viria mais tarde a ser ministro das Finanças.
Nesse documento era feita a primeira radiografia ao setor: "Um enredamento intersetorial que, nos inputs, permite um abastecimento irregular em qualidade, quantidade e preços, e que, nos outputs, sofre a irracionalidade de um mercado interno atomizado; uma concorrência não salutar que resulta do predomínio de unidades de produção infradimensionadas, muitas das quais em regime pré-industrial; uma gestão carecida de métodos e técnicas modernas, uma organização deficiente e, com efeito, uma produtividade relativamente baixa."
"Começou assim um caminho de pensamento estratégico e estruturado que fez a diferença na história da indústria portuguesa de calçado", lembra a APICCAPS, esta quarta-feira, 24 de abril, num comunicado intitulado "50 anos de Abril: E uma nova indústria nasceu".
Desde 1978, o setor tem apresentado planos estratégicos regulares, os quais se revestiram da maior importância, no sentido de apontarem um rumo, de definirem estratégias e, em particular, de traçarem planos de ação para o futuro da indústria.
Cinco décadas depois, a indústria portuguesa de calçado é constituída por aproximadamente 1.200 empresas, o que representa um crescimento de 74% desde o 25 de abril, que são responsáveis por 33 mil postos de trabalho, mais do dobro face a 1974.
Portugal exporta, atualmente, 90% da sua produção, o equivalente a 74 milhões de pares - crescimento de 1.170% desde a Revolução dos Cravos -, no valor de 1,9 mil milhões de euros – mais 54.533% face ao registado em 1974 -, e contribui positivamente com 1,3 mil milhões de euros para o equilíbrio da balança comercial portuguesa.
A APICCAP realça que Portugal é um dos únicos países da Europa onde a atividade produtiva de calçado não tem diminuído, com os dados mais recentes a mostrarem que o núcleo industrial do cluster, composto pelas indústrias do calçado, dos componentes para calçado e dos artigos de pele, representa 6% do emprego nas indústrias transformadoras portuguesas e 3,2% do seu valor acrescentado.
"O cluster apresenta uma elevada concentração geográfica e, no Norte do país, o seu contributo para as indústrias transformadoras ascende a 10,9% do emprego e 7,1% do valor acrescentado. Estes valores sobem para 29,8% e 28,5% na comunidade intermunicipal do Tâmega e Sousa, onde se situa uma elevada percentagem das empresas do cluster.
Representam ainda 2,6% do total de exportações nacionais de bens", detalha a associação atualmente liderada por Luís Onofre.
Através de sucessivas campanhas internacionais de promoção, que guindaram o calçado "made in" Portugal ao topo da indústria - com o segundo preço médio mais alto, tendo apenas a Itália à frente -, o setor continua a apresentar-se ao mundo como "a indústria mais sexy da Europa".
Entretanto, há uma semana ficou-se a saber que a indústria portuguesa de calçado ultrapassou Espanha e passou a assumir-se como o segundo produtor de calçado da Europa, sendo apenas superado por Itália.
Entretanto, o setor português de calçado renovou, recentemente, a sua visão. Para a próxima década ambiciona "ser a referência internacional da indústria de calçado e reforçar as exportações portuguesas, aliando virtuosamente a sofisticação e criatividade com a eficiência produtiva, assente no desenvolvimento tecnológico e na gestão da cadeia internacional de valor, assim garantindo o futuro de uma base produtiva nacional, sustentável e altamente competitiva".
O novo Plano Estratégico do Cluster do Calçado 2030definiu quatro prioridades - qualificação de pessoas e empresas, produtos e processos sustentáveis, flexibilidade e resposta rápida, e presença ativa nos mercados -, 24 medidas e 113 ações concretas para reposicionar o setor na cena competitiva internacional.
"Nesse processo serão investidos 600 milhões de euros, numa nova prova de confiança no futuro", remata a APICCAPS.
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