ÚLTIMAS NO NEGÓCIOS.PT

Banir Huawei no 5G? Posição de Portugal "não é justificada", defende Arlindo Oliveira
07/04/2024 10:27

O professor catedrático do Instituto Superior Técnico (IST) Arlindo Oliveira critica, em entrevista à Lusa, a posição de Portugal em banir a Huawei, considerando que "não é justificada", e adverte que a redução da concorrência tem sempre impacto no custo para o consumidor.

Sobre a posição de banir a China nesta "guerra" tecnológica que se vive, o também presidente do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência - INESC confessa discordar "das políticas adotadas na Europa e nos Estados Unidos".

A China "tem um regime que tem e não é, seguramente, uma democracia ocidental, mas eu acho que a maneira correta de melhorar as condições de vida e o relacionamento com a China não é afastar e bloquear a China e a tecnologia chinesa", considera o investigador do INESC-ID.

Aliás, "Portugal aí não estava sozinho mas foi dos poucos que proibiu a Huawei. Agora, nos Estados Unidos, o Tiktok também está sob uma regulação pesada que eventualmente irá conduzir ao próprio fecho do Tiktok e ao reforço das redes sociais da Meta", que já existem, prossegue.

Ora, "na prática, vamos assistir a uma redução da concorrência, a uma redução da qualidade de serviços que são prestados ao consumidor e a um isolamento ou uma tentativa de isolamento da China que eu acho que só vai contribuir para piorar as relações entre o Ocidente e a China", reforça Arlindo Oliveira.

O professor e investigador reitera que o facto de Portugal ter ligação a Macau, uma das duas regiões autónomas da China, "devia ter uma responsabilidade especial na manutenção de canais abertos com Macau e, através de Macau, com a China, e não devia estar entre os países mais agressivos nesta componente de limitar a tecnologia chinesa".

E o "argumento de que os produtos da Huawei podem ser usados para espionagem também se aplica aos produtos de outros fabricantes e, portanto, parece-me que não é uma boa desculpa, entendo que não há razão para isso e acho que a posição de Portugal tomou não é justificada", sublinha.

Até porque tentar excluir a China do mercado central é estar a "partir o mundo em dois" e partir em dois é "mau do ponto de vista político e da defesa dos direitos humanos, é mau de um ponto de vista económico e, acima de tudo, é mau de um ponto de vista estratégico", argumenta, recordando que o mundo já viveu partido em dois.

E agora "estamos a caminhar para lá rapidamente outra vez", lamenta Arlindo Oliveira.

"Viver no mundo partido em dois, numa altura em que a tecnologia é o que é, em que as armas nucleares são o que são, em que a manipulação social através de tecnologia é o que é (...), é muito perigoso e acho que a evolução positiva que houve quando acabou a Guerra Fria estamos agora em riscos de inverter", não só por causa da Rússia mas também devido à China, adverte.

Sobre quem domina a inteligência artificial (IA), o investigador é perentório: "Neste momento, o domínio é perfeitamente claro das empresas norte-americanas e do conglomerado de empresas e Estado chinês".

"Estão muito à frente na inteligência artificial de qualquer outro país (...), para nós são mais visíveis as empresas americanas, pelos produtos que usamos, mas dentro da China a realidade é diferente e, portanto, há um domínio enorme", sublinha.

Em suma, "tanto a China como os Estados Unidos estão muito à frente nestas tecnologias e a Europa está a correr um bocadinho atrás e só não usamos mais tecnologia chinesa por razões geopolíticas".

Arlindo Oliveira vai presidir ao 33.º congresso da APDC, que se realiza em 14 e 15 de maio, em formato híbrido, a partir do auditório da Faculdade de Medicina Dentária de Lisboa, e que este ano decorrerá sob o mote "40 years futurizing".

CTT reduzem capital para 69,22 milhões de euros
17/07/2024 19:10

Governo aprovou novo reforço do 1.º Direito em mais 400 milhões
17/07/2024 19:07

EUA: Biden só admite desistir da corrida presidencial por problema médico concreto
17/07/2024 18:27

EDP fecha venda de sete parques eólicos em Itália por 400 milhões
17/07/2024 18:12

Correção no BCP após máximo de oito anos leva Lisboa ao vermelho
17/07/2024 16:56

Horta Osório não excluiu oferta vinculativa pela Altice "se acionistas resolverem retomar" a venda
17/07/2024 16:42

Primeiro-ministro cancela viagem a Oxford por motivos de saúde
17/07/2024 16:37

IP vai candidatar-se em setembro a mais fundos europeus para alta velocidade
17/07/2024 16:17

Light & Flare: Dois universos unidos pela luz
17/07/2024 15:48

Produção de biometano pode crescer 178% até 2030 e poupar 1,4 mil milhões aos consumidores
17/07/2024 15:25

Xi pede ao Partido Comunista Chinês "fé inabalável" na sua estratégia económica
17/07/2024 15:04

Tripulantes admitem convocar greve na Easyjet
17/07/2024 14:43

PS avisa: "É praticamente impossível" aprovar OE 2025 sem cedências
17/07/2024 14:39

Grupo Pestana prepara novo investimento em Porto Covo
17/07/2024 13:03

Von der Leyen perde no Tribunal Geral da UE caso sobre transparência nos contratos Covid
17/07/2024 13:03

Angola "muito contente" com participação no BCP. Vender não é opção
17/07/2024 11:44

Alta velocidade Lisboa-Porto assegura fundos europeus
17/07/2024 11:35

Montenegro afasta para já fim da derrama estadual e espera que descida de IRC aumente a receita
17/07/2024 11:13

Eurostat confirma desacelaração da inflação na Zona Euro para 2,5%
17/07/2024 11:05

Portugal coloca mil milhões de euros em dívida de curto prazo. Cupão fica nos 3,552%
17/07/2024 10:41

Ajuda

Pesquisa de títulos

Fale Connosco