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O peso do lay-off, o pedido de rapidez de Centeno e um comboio lento da UE
24/01/2024 07:01

Bom dia,

O lay-off clássico, que permite cortar salários com apoio da Segurança Social, atingiu nos últimos meses máximos históricos. O Governo diz, em resposta ao Negócios que 76% das situações de dezembro são na indústria. Calçado e vestuário estão a perder exportações por causa dos efeitos da subida das taxas de juro e isso está a levar estes setores a recorrerem ao mecanismo que permite às empresas pouparem custos sem despedirem os trabalhadores. Em dezembro, o número de trabalhadores recuou em cadeia para 9.782, ainda assim um dos números mais altos da série. Já o de empresas continuou a subir para 579, novo máximo na série sobre lay-off do Código do Trabalho, que exclui as modalidades que se criaram e generalizaram durante a pandemia.

Esta quarta-feira, publicamos mais uma parte da sondagem sobre as legislativas antecipadas de 10 de março. Metade dos inquiridos do barómetro da Intercampus acredita que Pedro Nuno Santos será o próximo primeiro-ministro, apesar de muita divisão sobre quem seria o melhor chefe de Governo: o líder do PS ou Luís Montenegro. Sendo os dois líderes já há bastante tempo nomes ativos na política nacional, ambos deixaram já marcas na opinião pública e a maioria dos inquiridos diz que tem sobre eles uma opinião formada. E se, em termos de notoriedade, não existem diferenças entre os dois candidatos, também não se pode dizer que algum deles convença particularmente o eleitorado.

É mais uma consequência da crise política: a transposição para a legislação nacional da diretiva europeia que harmoniza o mercado de carteiras de crédito malparado foi congelada e fica à espera do novo executivo. O Banco de Portugal (BdP) e a Associação Portuguesa de Bancos (APB) pedem rapidez na retoma do processo. Portugal tinha até ao final do ano passado para refletir a diretiva 2021/2167, aprovada em 2021, mas o processo foi suspenso pela situação política. "Os trabalhos de transposição estavam em curso, mas a matéria terá de aguardar o início da próxima legislatura, atendendo à demissão do Governo e ao anúncio da dissolução da Assembleia da República", confirma fonte oficial do Ministério das Finanças ao Negócios.

O Montijo ainda mexe. A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) ainda está a avaliar a prorrogação da Declaração de Impacto Ambiental (DIA) do aeroporto do Montijo pedida em outubro pela ANA - Aeroportos de Portugal e que caducava esta semana. Fonte oficial da entidade avançou ao Negócios que o processo de análise ainda se encontra "em curso", aguardando o "resultado da consulta às entidades que integraram a Comissão de Avaliação". Até lá, a declaração continua válida e pode vir a ser prorrogada automaticamente.

Tudo começou com os caminhos-de-ferro. Ou pelo menos é aí que Christine Lagarde, a presidente do Banco Central Europeu (BCE), aponta o nascimento do mercado norte-americano de capitais, que viria a ganhar um poderio com o qual a Europa tem dificuldades em concorrer. "Quando olhamos para os Estados Unidos, vemos que o mercado de capitais se desenvolveu enormemente em resultado do desenvolvimento dos caminhos-de-ferro em todo o país". Na semana passada, em Davos, a francesa usou um argumento ao qual a autoridade monetária já tinha recorrido no final do ano passado: uma união dos mercados de capitais surge quando há necessidade de financiar uma transformação económica que excede as capacidades dos mercados financeiros fragmentados. Os primeiros passos para uma união do mercado de capitais (UMC) começaram a ser dados em 1957. Quase 70 anos depois, o projeto poderá ter novos avanços em março, numa altura em que várias entidades alertam para a necessidade da integração para financiar grandes projetos como a transição energética ou tecnológica. O grupo Euronext, dono da bolsa de Lisboa, considera que Portugal só tem a ganhar.

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