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Anatomia das sanções à Rússia e os receios de não cumprir o PRR
28-02-2022 07:01

Bom dia,

Ao quarto dia da invasão russa da Ucrânia, a União Europeia avançou com medidas nunca antes vistas desde a sua fundação. A Comissão propôs e os ministros dos Negócios Estrangeiros dos 27 deram o acordo político de princípio para equipar o exército ucraniano com material militar, incluindo armamento. Para isso, aprovou um pacote financeiro de 500 milhões de euros – 450 milhões para armas e 50 milhões para equipamento não letal. As sanções foram endurecidas, com a União Europeia a aprovar a exclusão de alguns bancos russos do sistema SWIFT, o congelamento de ativos dos Banco Central da Rússia no exterior com o objetivo de desestabilizar o rubro. Os países do ocidente procuram, assim, secar o financiamento da guerra de Vladimir Putin. Para hoje está agendada uma reunião entre as delegações da Rússia e da Ucrânia para discutirem os termos de um acordo de paz.

Nesta edição fica um alerta do presidente da Associação Empresarial de Portugal (AEP) para o custo das matérias-primas e da energia, que pode ser agravado pelo conflito na Ucrânia. Luís Miguel Ribeiro afirma que esse fator pode anular o crescimento e ameaçar a execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Os bancos e financeiras estão a avaliar o agravamento do risco gerado pela invasão da Rússia à Ucrânia e o impacto que terá para os mercados financeiros. O conselho geral é evitar vender em pânico, enquanto se assumem posições de maior proteção.

A invasão da Ucrânia também poderá influenciar os planos da UE para retomar as regras orçamentais do Pacto de Estabilidade. Bruxelas garante que terá em consideração os efeitos da guerra nos objetivos que estavam traçados com o intuito de repor as normas sobre o défice e a dívida. As consequências do conflito também chegam a Portugal por vários canais, mas sobretudo pelo preço do petróleo, mas também pela interrupção no fornecimento de cereais, sobretudo milho.

A execução orçamental do primeiro mês do ano mostrou que apesar da menor gravidade, as medidas anti-covid de janeiro, pico da quinta vaga, custaram mais 20%. A execução das medidas de combate e da prevenção da pandemia, bem como as que têm por objetivo repor a normalidade, implicaram uma despesa de 237,5 milhões de euros, mais 20% do que no mesmo mês de 2021. Além disso, a perda de receita subiu para 66,6 milhões de euros, mais 10,8% do que no mês homólogo do ano passado.

Membros do conselho fiscal e administradores foram chamados a responder pessoalmente por dívidas à Segurança Social do grupo Elevo, que possui ativos como a participação na concessionária Rotas do Algarve Litoral. O grupo assegura que já apresentou as garantias necessárias ao pagamento das dívidas e que "esta é uma questão que está em resolução".

Só uma última nota: amanhã, devido ao dia Carnaval, o Jornal de Negócios não sai para as bancas, regressando na quarta-feira.

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