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Imobiliário resiste aos abutres e a guerra pelo aeroporto no centro
23/09/2020 07:00

Bom dia,

Rui Rio decidiu acompanhar o Bloco de Esquerda no pedido de uma auditoria pública ao Novo Banco porque, tal como Catarina Martins, não confia na que foi feita pela Deloitte. E quer que seja o Tribunal de Contas a fazê-la.

Segundo explicou o deputado Duarte Pacheco ao Negócios, o PSD pretende usar a possibilidade que o Parlamento tem de pedir duas auditorias por ano à entidade liderada pelo juiz conselheiro Vitor Caldeira para solicitar a avaliação à atuação do banco criado após a resolução do BES. Acontece que este ano os deputados já esgotaram os cartuchos, pelo que o pedido terá de esperar por janeiro.

Uma vez que o Bloco de Esquerda faz depender um voto favorável ao Orçamento do Estado desta auditoria, é possível que haja novidades mais cedo. O PS esconde, por ora, o jogo.

A ministra Ana Abrunhosa deixou um desabafo na entrevista ao Negócios e à Antena 1: "Temos várias cidades do Centro a reclamar um aeroporto. Isto não é coesão". E pediu unidade "à volta" do projeto. Mas a disputa entre Leiria e Coimbra pela localização da infraestrutura prossegue, com Monte Real a ganhar terreno.

O INE publicou ontem as estatísticas sobre a habitação relativas ao primeiro semestre. Se o impacto da pandemia é bastante visível na quebra de 20% na venda de imóveis, a maior em oito anos, o mesmo não acontece em relação ao preço, que manteve a tendência de subida, ainda que a um ritmo menor.

A concretização de negócios que já estavam em marcha quando chegou a covid-19, os juros baixos e as moratórias no crédito são as razões apontadas para a resiliência dos preços, que deve manter-se ainda durante o primeiro semestre – dizem os especialistas. A pandemia já atrai os investidores "abutres, mas o imobiliário resiste.

A procurar resistir está também o têxtil. Aproveitando o cancelamento de feiras concorrentes em Espanha, França, Itália e Alemanha, o Modtíssimo recebe compradores com interesse redobrado em encontrar fornecedores e concretizar negócios no Porto.

A "holding" da família Azevedo lançou no final de julho uma oferta pública de aquisição sobre o capital que não detém da Sonae Indústria e Sonae Capital, com o propósito de retirar ambas as empresas de bolsa. Mas antes mesmo da operação, já está a comprar ações em bolsa e a poupar face ao preço oferecido nas OPA. Até agora já investiu 8,5 milhões.

Os socialistas têm na agenda mudanças nas ordens profissionais, que visam diminuir a rigidez das regras e no acesso às profissões, na linha das recomendações que têm sido feitas a Portugal pela União Europeia e a OCDE. Uma dessas alterações passa por permitir a criação de sociedades multidisciplinares, que juntam, por exemplo, advogados e solicitadores, arquitetos e engenheiros ou até engenheiros e advogados. "Propomos uma solução inovadora, mas salvaguardará questões como o sigilo profissional ou incompatibilidades", garantiu ao Negócios a deputada Constança Urbano de Sousa.

Na agenda reguladora do PS está também o teletrabalho, com o objetivo de evitar "abusos" no trabalho à distância.

O Portugal Blue pescou 50 milhões para a economia azul. Trata-se de um novo fundo de capital de risco, financiado por dinheiro europeu e nacional, que vai investir em projetos ligados ao mar. Além dos critérios financeiros, também vai premiar metas de sustentabilidade.

Boas leituras!