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A Madeira e um professor
18/09/2019 19:41

Vou tentar explicar bem o que quero dizer. Nas sociedades dos humanos, como gosto de dizer, é muito fácil tirar valor às pessoas. Escrevo este artigo no Funchal, ao final da tarde de um dia de campanha. Passei o dia com militantes do partido de que sou primeiro responsável, incluindo, naturalmente, o líder regional, José Joaquim de Sousa.
Ele foi docente no Curral das Freiras, uma localidade no cimo da serra do Funchal, bem lá no alto. Quando foi para lá, a Madeira não tinha tido nenhuma escola classificada em lugar cimeiro do ranking das escolas públicas. Pelo contrário, apareciam, com frequência, em lugares em baixo da tabela. José Joaquim de Sousa disse na altura a quem lhe perguntava se seria capaz de fazer algo de diferente: "Até daqui a cinco anos vamos ganhar o prémio da melhor escola pública." E ganhou. Depois, os ressabiamentos e as invejas levaram a que fosse afastado dos seus alunos e do trabalho notável que estava a efetuar.
 
Hoje de manhã, de repente, os dois decidimos apanhar um autocarro, transporte urbano de passageiros. Descemos a meio do percurso, numa paragem ao pé de um hospital, e voltámos para o centro. E fui vendo e ouvindo as conversas dele com as pessoas. E vi uma senhora que passava ali com a sua filha, de cerca de 18 anos, virar-se para todos os que estávamos numa paragem de autocarro e dizer: "A minha filha se é o que é hoje em dia, se está no bom caminho, deve-o a este senhor." E depois virada para nós todos, quase só cidadãos anónimos, à espera de novo autocarro, perguntou: "Sabem o que ele fazia quando os alunos não queriam ir à escola? Ia no carro dele buscá-los a casa." Encontrámos mais duas ou três famílias de alunos ou mesmo alunos. As reações de enorme simpatia, ou mesmo adoração pelo Professor, como lhe chamam, foram impressionantes.
 
Lembro-me quando comecei a conversar com ele e quando comecei a ponderar a hipóteses de ele ser o líder na Madeira. Ia perguntando a opinião a pessoas da Madeira, cá residentes. Normalmente diziam: "Ah, já sei, o professor que ganhou o prémio da melhor escola... dizem que é bom." Um dia ele foi convidado para o Prós e Contras para falar de educação, em que estavam, naturalmente, outros convidados, entre eles David Justino. Julgo que havia quem quisesse ter ido falar da educação na Madeira em vez do professor Joaquim. Aí começou a maledicência, é uma data de situações desagradáveis. Chegou a ser punido com seis meses de suspensão de funções, sem vencimento. É incrível. Conheçam-no. É um homem bom, muito inteligente, culto, apaixonado pela sua família, devotadíssimo às suas responsabilidades. Mas, na altura, comecei logo a ouvir que ele era um bocado estranho, ou um bocado doido, aquelas coisas que as pessoas dizem quando não sabem do que falam. Também me diziam "Ah, ele não nasceu na Madeira...". Sabem o que ele responde? Vive na Madeira há vinte anos, depois de ter nascido e vivido uns anos no continente. E "vivo na Madeira não porque não nasci cá mas porque escolhi a Madeira para viver, os meus filhos nasceram cá." A sua mulher também é professora, no caso de Educação Física.
 
Ontem ouvi aqui um debate na RTP da Madeira entre ele e quatro outros candidatos. Com o devido respeito pelos outros, que diferença! A olhar para ele e a ouvi-lo tenho o gosto que sempre tive de ver bons valores e/ou de puxar por bons valores para a intervenção política. Aconteceu-me com Durão Barroso, de certo modo, em relação ao partido em que militei, com José Miguel Júdice e com António Pinto Leite. Não escrevo este texto por propaganda político-partidária. É reflexão pessoal. Como na vida, e principalmente na política, e muito em Portugal, é tão fácil diminuir ou desvalorizar as pessoas. Haverá outros, com valor noutros partidos seguramente. Que sorte teve a ALIANÇA e que sorte pode ter a Madeira. 
 
Advogado

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