Fecho dos mercados: Bolsas e petróleo caem pressionados pela guerra comercial
22/05/2019 17:28
Os mercados em números
PSI-20 desceu 0,28% para 5.108,06 pontos
Stoxx 600 caiu 0,08% para 379,19 pontos
S&P 500 desvaloriza 0,28% para 2.856,42 pontos
"Yield" a 10 anos de Portugal recua 0,4 pontos base para 1,024%
Euro recua 0,06% para 1,1154 dólares
Petróleo desce 1,65% para os 70,95 dólares por barril, em Londres
Bolsas voltam a ceder perante receios da guerra comercial
A marcar a negociação continuam os receios em torno da guerra comercial. A incerteza predomina, o que tem afetado a confiança dos investidores, que acabam por procurar ativos considerados mais seguros, como o caso da dívida e do ouro.
Se por um lado o impacto das novas tarifas impostas pelos EUA às importações chinesas foi limitado, o mesmo não deverá acontecer se os EUA introduzirem as novas tarifas sobre o setor automóvel. O Goldman Sachs prevê que esta medida tenha um custo de 0,3% do produto interno bruto (PIB).
"O risco das tarifas automóveis é a principal razão que nos leva a não aumentar" a exposição à Europa, salientou à Bloomberg Jonathan Cunliffe, estratega da Charles Stanley.
O Stoxx600, índice que agrega as 600 maiores cotadas europeias, fechou o dia a cair 0,08% para 379,19 pontos.
Na bolsa nacional, o PSI-20 recuou 0,28% para 5.108,06 pontos, num dia em que as ações da Nos descontaram o dividendo que será pago aos acionistas no valor de 35 cêntimos. Apesar de ser um ajuste técnico, as ações refletem este desconto e influenciam a evolução da bolsa nacional.
Juros em queda na Europa
As taxas de juro descem um pouco por toda a Europa e Portugal não é exceção. A taxa de juro implícita na dívida a 10 anos de Portugal está a recuar 0,4 pontos base para 1,024%. Já a taxa associada à dívida alemã está a descer 1,9 pontos base para -0,083%.
As taxas de juro das obrigações soberanas têm vindo a descer, a beneficiar da incerteza que impera nos mercados. A falta de clareza sobre a guerra comercial tem levado os investidores a procurar ativos considerados menos arriscados, onde se inclui a dívida.
Dólar à espera das minutas da Fed
A Reserva Federal (Fed) dos EUA vai publicar esta quarta-feira as atas da última reunião de política monetária. Os investidores estão expectantes em relação a eventuais pistas que serão deixadas sobre o futuro da política monetária. Até porque neste documento ficam mais claras as posições assumidas pelos vários membros da Fed. O euro segue a perder 0,06% para 1,1154 dólares.
Pressão no petróleo leva a queda superior a 1%
O potencial impacto negativo da disputa comercial entre os EUA e a China no crescimento económico está a penalizar a cotação do barril. Na mente dos investidores está a previsão de que se a economia desacelerar ainda mais a procura por petróleo será penalizada, pressionando os preços. Recorde-se que ainda ontem a OCDE voltou a baixar a previsão de crescimento mundial para 2019.
Além disso, o relatório semanal da administração norte-americana mostrou que as reservas de crude aumentaram pela segunda semana consecutiva. Uma maior oferta no mercado - um objetivo claro dos EUA - dificulta a eficácia dos esforços da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) para aumentar a cotação do barril através da redução da produção.
Acresce que existe a expectativa de que a Rússia não renove o acordo do cartel para cortar a produção. Isto porque o Kremlin acredita que, apesar de encaixar mais dinheiro nos cofres públicos, a subida do petróleo esteja a prejudicar a economia nacional.
Nas últimas semanas, o petróleo tem tido dificuldade em definir uma direção uma vez que os investidores têm recebido sinais contrários quanto à oferta e à procura do "ouro negro".
O WTI, negociado em Nova Iorque, segue a desvalorizar pela segunda sessão consecutiva, com uma queda de 2,23% para os 61,71 dólares ao passo que o Brent, negociado em Londres, que serve de referência para as importações portuguesas, desce 1,65% para os 70,95 dólares por barril.
Ouro recupera de mínimos de duas semanas
O metal precioso está a recuperar de mínimos de duas semanas ao valorizar 0,1% para os 1.275,93 dólares por onça numa altura em que os mercados internacionais estão a ser prejudicados pela disputa comercial. Tal como tem ocorrido em várias sessões desde que os EUA engrossaram novamente o tom em relação à China, o ouro beneficia do seu estatuto de "ativo de refúgio".
Já o cobre é uma das "commodities" que está a sofrer com o agravamento da disputa comercial entre as duas principais economias do mundo dada a expectativa de que haja menos procura pelo metal no futuro.
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