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A convergência com a UE, o brilho intenso do ouro e o BPI fora do Novo Banco
20/11/2024 07:01

Bom dia,

É um grande "se", mas sem sobressaltos de maior, a economia portuguesa deverá continuar a crescer acima da União Europeia (UE) até 2026, num ciclo de convergência económica superior ao estimado para a maioria dos Estados-membros. Nas previsões económicas de outono, divulgadas na semana passada, a Comissão Europeia estima que a economia portuguesa cresça 1,7% este ano, quase mais do dobro do que o esperado para a UE (0,9%).A confirmar-se, este será o terceiro ano consecutivo em que o PIB português cresce acima do da média dos 27 Estados-membros. E a expectativa da Comissão é que a convergência se mantenha pelo menos até 2026, com alguma margem. De acordo com previsões de Bruxelas, a economia portuguesa pode crescer 1,9% em 2025 e 2,1% no ano seguinte, em ambos os casos acima do esperado para a média da UE (1,5% e 1,8%, respetivamente).

A subida é de tal ordem que o facto de o preço do ouro ter subido tanto este ano tem levado a que, nos casos em que é possível, seja substituído por outros metais preciosos mais baratos, como é o caso da prata. O ouro está presente em muitos aspetos da nossa vida. Além de ser um ativo que é considerado um valor-refúgio pelos investidores e de ser também usado na joalharia, está ao nosso redor um pouco por todo o lado, garantindo o funcionamento seguro de dispositivos médicos e eletrónicos de que dependemos no nosso dia a dia. E se o ouro recuperar ímpeto e continuar a escalar, esta realidade pode tornar-se ainda mais visível.

Várias vezes apontado como potencial comprador do Novo Banco, o espanhol Caixabank, dono do BPI, afastou em definitivo esse cenário nesta terça-feira. Em Madrid, na conferência de imprensa de apresentação do Plano Estratégico do grupo catalão para o período 2026-2027, o CEO do Caixabank, Gonzalo Gortazár, considerou que "o BPI está a fazer as coisas francamente bem e, por isso mesmo, não contemplamos nenhuma operação de crescimento que não seja puramente orgânico em Portugal". Esse crescimento orgânico contempla uma meta de 4% tanto para a carteira de crédito como para o volume de depósitos, em linha com os objetivos perseguidos pelo próprio Caixabank.

A salvação veio do gás do Dubai. Poucos dias depois de declarar a insolvência da sua subsidiária em Portugal, a Fusion Fuel revelou a assinatura de um acordo vinculativo para adquirir cerca de 70% da QIND - Quality Industrial Corp. É uma compra, mas no final da operação, ainda pendente de aprovações, será a QIND, que opera no setor de fornecimento e serviços de gás no Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, a controlar 70% da portuguesa Fusion Fuel. "Esta aquisição, que a empresa espera concluir em breve, marca um passo fundamental na estratégia da Fusion Fuel para construir um novo negócio de serviços de engenharia energética, combinando capacidades nos setores da energia tradicional e limpa, para atender à crescente procura do setor energético global", diz a empresa.

Nos Estados Unidos, a vaga de nomeações para a futura administração de Donald Trump continua, mas há uma em particular que está a deixar os investidores ansiosos. O mercado está agora em modo de esperar para ver e aguarda a nomeação do secretário de Estado do Tesouro dos Estados Unidos, que será fundamental para melhor compreender a aplicação prática das políticas protecionistas do recém-eleito Presidente. "A relevância da escolha para os mercados financeiros residirá provavelmente na forma como o mercado de dívida dos EUA irá reagir", refere Chris Turner, responsável de mercados e de "research" do ING para o Reino Unido e a Europa, e que deverá impactar diretamente o dólar. É esperar para ver.

Boas leituras e continua a acompanhar a atualidade económica em negocios.pt