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Riscos dos índices acionistas e das obrigações soberanas no longo prazo
05/11/2024 11:00

Foto em cima: Paulo Monteiro Rosa, Economista Sénior do Banco Carregosa

Investir em ações é considerado mais arriscado do que em obrigações, mas oferece maior potencial de retorno a longo prazo. O risco das ações decorre sobretudo da volatilidade e da possibilidade de falência das empresas.

Historicamente, as ações apresentam retornos superiores a longo prazo. As obrigações, por outro lado, são menos voláteis, têm rendimento fixo e prioridade em caso de falência, sendo mais seguras no curto prazo. A incerteza das ações está associada ao desempenho das empresas, ao ciclo económico e ao sentimento dos investidores. Contudo, mantidas por mais de cinco anos, as ações tendem a gerar retornos superiores. Investir em índices acionistas diversificados, como o S&P 500, o Stoxx 600 ou o MSCI World, reduz o risco de falência, refletindo juntos a economia global.

Num colapso económico, até as obrigações soberanas de elevada qualidade seriam afetadas, pois os governos dependem da economia para arrecadarem receitas. Assim, investir num índice acionista global diversificado é uma estratégia sólida para obter retornos com risco reduzido a longo prazo, especialmente quando comparado com ações de empresas individuais.

Embora o risco das ações seja maior no curto prazo, a diversificação e um horizonte temporal mais longo suavizam a volatilidade, proporcionando retornos superiores. Historicamente, os índices acionistas globais apresentam a longo prazo um risco semelhante ao das obrigações soberanas, mas retornos mais elevados.

Para investidores jovens, recomenda-se uma maior alocação em ações, sobretudo em índices globais diversificados. Um investidor de 20 anos, com um horizonte de 45 anos até à reforma, deve privilegiar o investimento em índices de ações globais e diversificados por setor e geografia.

Todavia, incluir obrigações soberanas na carteira oferece estabilidade e proteção contra quedas repentinas e imprevistos, tais como problemas de saúde na meia-idade, exigindo acesso antecipado às poupanças. As crises económicas podem penalizar os índices a médio prazo (10, 15 ou 20 anos), tal como aconteceu durante a Grande Depressão de 1929. Por isso, é sensato combinar ações com obrigações e manter uma reserva de emergência.

Assim como os jovens devem alocar a maioria das poupanças em ações, os fundos de pensões de países com pirâmides demográficas normais, crescimento populacional saudável e sustentável, devem privilegiar as ações. Em países com pirâmides demográficas invertidas, onde a necessidade de liquidez pode ser uma realidade no curto prazo, a alocação em ações deve ser menor.

Da mesma forma, um investidor próximo da reforma deve privilegiar obrigações para se proteger de quedas no curto prazo, pois um investimento apenas em ações pode não recuperar de um crash bolsista, comprometendo as poupanças. A longo prazo, investir em índices de ações globais diversificados tende a ser mais eficiente em termos de retorno quando comparado às obrigações. Num colapso económico extremo, até as obrigações de elevada qualidade são afetadas, pois sem economia os governos não conseguem arrecadar receitas e pagar dívidas.

O índice Bloomberg US Treasury Total Return Unhedged USD (LUATTRUU) reflete o desempenho das obrigações do Tesouro dos EUA desde 1973 e acumula um ganho de 2250%, enquanto o S&P 500 (apenas ganhos de capital) valorizou 5.000% no mesmo período. Já o S&P 500 Total Return, que inclui reinvestimento de dividendos, subiu 5.000% desde 1988, ano em que começou a ser compilado oficialmente, enquanto o LUATTRUU valorizou apenas 509% no mesmo período.

Estes números confirmam que um índice acionista oferece retornos muito superiores a longo prazo, com um nível de risco semelhante. Afinal, se não houver economia para sustentar o índice acionista, também não haverá para financiar o governo e o índice LUATTRUU.

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