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A subida dos preços das casas, os certificados e as tecnológicas portuguesas
23/10/2024 07:01

Bom dia,

Em quatro anos, entre junho de 2020 e o fim do segundo trimestre deste ano, o valor mediano das casas vendidas disparou mais de 60% em 49 concelhos, ou seja, em mais de um sexto dos 283 municípios para os quais existem dados compilados pelo Instituto Nacional de Estatística. Destes, há mesmo cinco onde os preços mais do que duplicaram em quatro anos: Cuba, Fronteira, Entroncamento, Alandroal e Madalena.

Os aumentos mais expressivos no valor mediano – que considera o valor mais frequente nas transações efetuadas – não se limitam a concelhos de menor dimensão, onde um número relativamente diminuto de transações pode levar a grandes variações. No lote de municípios com subidas mais expressivas nos preços encontram-se a Moita, Espinho, Vila Nova de Gaia, Barreiro, Matosinhos, Seixal ou Aveiro.

Nesta edição debruçamo-nos também sobre o facto de o Governo esperar a entrada de mais 224 milhões de euros nos certificados este ano. Acontece que as famílias estão a tirar poupanças dos certificados de aforro há 11 meses consecutivos e, desde o início deste ano, já saíram 171,2 milhões de euros destes produtos de aforro do Estado – o que pode dificultar a meta do Governo de ter um saldo positivo no total de 2024.

A evolução mensal deste ano alarga o fosso para a meta de saldo entre subscrições e resgates que o Executivo inscreveu na proposta de Orçamento do Estado (OE) para 2025: 53 milhões de euros no final deste ano. Tendo em consideração as poupanças que saíram nos primeiros nove meses de 2024, seria preciso que entrassem, em termos líquidos, 224,11 milhões de euros no quarto trimestre – ou seja, uma média de 74,7 milhões por mês, o que seria um ritmo que não se verifica desde julho do ano passado.

Ainda por cá, as PME nacionais são das que mais contratam fora da União Europeia. Mais de uma em cada cinco pequenas e médias empresas portugueses estão a contratar fora do país para compensar a falta de qualificações necessárias para as vagas que colocam no mercado. A conclusão é do mais recente Eurobarómetro, que coloca Portugal entre os países da UE onde as PME mais estão a contratar fora de portas.

Por outro lado, o investimento público pode pôr Zona Euro a crescer o triplo, considera o Fundo Monetário Internacional (FMI). Sem mudanças, as economias do euro persistirão anémicas: passados os choques recentes, o FMI não vê mais do que 1,2% de crescimento a médio prazo. Mas um reforço do investimento público, em linha com o relatório Draghi, permitiria disparar além dos 3%.

Destaque ainda para o trabalho sobre a ascensão e queda das tecnológicas portuguesas, onde são analisados os casos da Reditus, Farfetch, Regra e Compta.

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