Harris põe Trump na defensiva em debate combativo
11/09/2024 09:42
Kamala Harris comandou o primeiro debate contra Donald Trump, usando as suas capacidades de ex-procuradora geral para combater o ex-presidente, num confronto duro entre visões e estilo.
Harris e Trump discordaram fortemente em temas como o aborto e a economia, a imigração e a guerra na Ucrânia. E ao longo de cerca de uma hora e meia de debate, o ex-presidente acabou por ficar na defensiva.
O contraste foi visível também na imagem: a vice-presidente sorria, Trump estava carrancudo. O ex-presidente falou mais tempo, mas foi Harris quem ditou os termos da noite.
Esta é a visão da maioria dos meios de comunicação social norte-americanos após o primeiro debate entre os dois candidatos à presidência dos Estados Unidos, que decorreu na terça-feira, dia 10 de setembro (já quarta de madrugada em Portugal).
O debate marca uma reviravolta face ao anterior debate, em junho, e que iniciou a desistência de Joe Biden sair da corrida a um novo mandato à Casa Branca.
Nos primeiros cinco minutos de debate, Harris olhou para a câmara e disse aos espetacdores o que esperar de Trump: "o mesmo velho e cansado guião; um conjunto de mentiras, queixas e insultos".
A vice-presidente provocou Trump dizendo que muitas vezes as pessoas abandonam os seus comícios de campanha mais cedo "por exaustão e tédio". O ex-presidente, frustrado com o tamanho dos comícios da opositora, disse: "Temos os maiores comícios, os comícios mais incríveis da história da política".
Depois, o ex-presidente apresentou uma mentira sobre imigrantes em Springfield, Ohio, acusando-os de comer animais de estimação. A mentira circulou nas redes sociais e foi amplificada pelo candidato à vice-presidência de Trump, o senador JD Vance.
A oito semanas das eleições e dias antes do início da votação antecipada em alguns estados, o debate - o único agendado - foi uma oportunidade única para ambos os candidatos apresentarem os seus argumentos perante uma audiência televisiva de dezenas de milhões de eleitores.
Os candidatos entraram em conflito sobre a imigração, a política externa e os cuidados de saúde, mas o debate foi fraco em detalhes específicos sobre as políticas a adotar.
Trump repetiu a sua falsa afirmação de que a sua derrota nas eleições de 2020 se deveu a fraude, chamou Harris de "marxista" e afirmou falsamente que os migrantes causaram uma onda de crimes violentos.
No final do debate, uma sondagem mostra que a probabilidade de Trump vencer as eleições baixou de 52% para 47% e as de Harris vencer subiram de 53% para 55%, segundo a Reuters.
Além disso, a maioria dos eleitores que viram o debate escolheram Kamala Harris como a vencedora, segundo um questionário da CNN. Os resultados mostram que 63% dos que viram o debate - um grupo que não é representativo do eleitorado como um todo - consideram que Harris ganhou. Apenas 37% disseram que Trump venceu.
Donald Trump evitou por duas vezes a questão de saber se quer ver a Ucrânia vencer a guerra contra a Rússia, dizendo simplesmente que quer que a guerra acabe.
"Quero que a guerra acabe. Quero salvar vidas", disse Trump. Em vez disso, prometeu, como fez antes, resolver a guerra antes de assumir o cargo, negociando com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e com o presidente russo, Vladimir Putin.
Harris, que compareceu à Conferência de Segurança de Munique dias antes da invasão russa em fevereiro de 2022, encontrou-se com Zelensky. Recorde-se que a vice-presidente norte-americana nunca se encontrou com Putin.
Declaração conjunta Publicação do Despacho 12876-A/2024, de 29 de outubro
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