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Ambiente: Empresas mostram o que já estão a fazer antes do ?tsunami legislativo?
07/05/2024 16:08

A Europa está na iminência de adotar um conjunto de novas regras que decorrem do Pacto Ecológico. As empresas reconhecem a necessidade de legislação e o seu impacto na aceleração da adoção de boas práticas, mas destacam as dificuldades que estender todas as novas regras a cadeias de valor extensas, que se espalham por diferentes geografias e dimensões de negócio. 

 

O tema foi abordado por Rita Nabeiro, administradora do grupo Nabeiro e CEO da Adega Mayor, num dos debates da Grande Conferência Negócios Sustentabilidade 20|30, lembrando que a "legislação faz sentido, mas é preciso perceber que vai impactar a vida de milhões de pessoas, que têm uma base de micronegócio". O grupo Nabeiro conta com pequenos produtores em todo o mundo, que a gestora acredita que não vão conseguir implementar todas as novas regras até final do ano. "Tem de haver uma visão holística do tema ou não chegamos a uma solução", acrescentou.  

 

Isabel Barros, da Modelo Continente, partilha dos mesmos receios perante o "tsunami legislativo" que a Europa se prepara para implementar, em matéria de ambiente. "Vemos a legislação como algo que tem de acontecer", diz a administradora, lembrando também a dificuldade de ter soluções únicas, tendo em conta a diversidade de realidades no mundo. 

 

Todas as empresas representadas no debate Recuperar a Natureza - como Garantir a Biodiversidade estão, no entanto, a levar a cabo iniciativas nas mais diversas áreas para cumprirem os seus compromissos ESG e para alinharem com as metas europeias. 

 

Na MC, Isabel Barros assinalou os 25 anos do Clube de Produtores, com quase 350 produtores e mais de 570 milhões de euros já em volume de compras, com um dos exemplos mais consolidados das práticas ESG do grupo. Sublinhou ainda que o grupo assume um papel de formação em práticas de agricultura regenerativa e agropecuária, numa academia que já conta com 83 membros e reflete uma produção de 220 mil hectares. 

 

Rita Nabeiro deixou o exemplo da Adega Mayor, que avançou com um programa de sustentabilidade em 2015 e está já neste momento a converter toda a área de vinha para modo de produção biológica. "Percebemos que isto tem de facto impacto na produção - pode produzir menos mas dá-nos uma vinha mais resiliente". No café, o plano é escalar esta visão, tentando incutir a mesma visão nos produtores e impulsionando políticas nesse sentido. 

 

Paula Amaral, CSR, Inno & Strategy da Bel Portugal trouxe alguns exemplos das iniciativas lideradas pela companhia que gere marcas como Terra Nostra e Limiano, que está a trabalhar num programa-piloto de agricultura regenerativa, com alguns dos produtores de leite associados. O objetivo é abranger todos os produtores até 2030. Internamente está a levar a cabo outras iniciativas, como a remodelação das embalagens do queijo Terra Nostra, para reduzir em 35% ao ano o material de embalagem.

 

Num sector completamente distinto, a Altri deixou exemplos de como pode um produtor de fibras celulósicas contribuir para restaurar a natureza impactada pelas suas atividades. Miguel Silveira, administrador executivo, revelou que a empresa tem já 10 mil hectares de áreas de conservação, entre Portugal e Espanha, um espaço que quer duplicar e que integra nos 97 mil hectares que tem sob gestão.

 

O grupo tem também trabalhado na identificação de zonas sensíveis, como linhas de água, para introduzir espécies que fomentem a biodiversidade. Está a criar bioindicadores, que ajudem a conjugar floresta de produção e conservação e a fomentar outras iniciativas de restauro de ecossistema e biodiversidade.

 

Tem o objetivo de plantar 1 milhão de plantas autóctones até 2030 e tem aplicado recursos de I&D para criar soluções inovadoras, como o desenvolvimento de fibras a partir de eucalipto para substituir poliéster. Outro projeto destacado é uma iniciativa em parceria com uma Associação Apicultores, para criar apiários com tecnologia que resista às vespas asiáticas. 

 

Humberto Delgado Rosa, director para Biodiversidade da Direcção Geral do Ambiente da Comissão Europeia lembrou, no mesmo debate, que è preciso olhar para estes temas ligando quatro prismas: alterações climáticas; alterações críticas aos sistemas da terra; perda de diversidade e escassez de recursos naturais. 

 

O responsável reconheceu resistência e desconfiança de vários atores do mercado em relação às novas regras europeias para a área do ambiente, mas sublinhou que "o Pacto Ecológico quando aparece o que traz não é ambição climática, porque isso já existia, é uma forma de integrar tudo o resto". Disse ainda que esta resistência generalizada muitas vezes não tem a ver com o Pacto em si: "os agricultores que se queixam defendem é que o mercado não os remunera justamente". 

 

Humberto Delgado Rosa acredita que aquilo que se faz na UE, em termos de legislação, tem um impacto mundial "porque temos alguma fama de saber o que fazemos nesta área". Será por isso uma questão de tempo até que outras regiões do globo sigam as mesmas práticas.

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