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Principal risco para empresas portuguesas em 2024? 60% apontam instabilidade política e social
20-03-2024 12:30

As empresas nacionais apontam a instabilidade política e social como o "risco mais significativo" que preveem enfrentar este ano a nível nacional, conclui um estudo levado a cabo pela Marsh Portugal, que auscultou 134 representantes de organizações pertencentes a diversos setores de atividade

Segundo o estudo "A Visão das Empresas Portuguesas sobre os Riscos", que vai na 10.ª edição, entre os riscos que as empresas consideram que as afetarão diretamente a nível nacional destaca-se a instabilidade política e social (com 58%), que sobe ao primeiro lugar, com um aumento de 13 pontos percentuais face à edição de 2023. Seguem-se os ataques cibernéticos (47%) e a retenção de talento (44%), que regista uma subida de nove pontos percentuais. O quarto e quinto lugares são ocupados pelos eventos climáticos extremos (36%) e pela recessão (24%).

Com efeito, abrindo o ângulo, 49% dos inquiridos apontam os eventos climáticos extremos enquanto principal risco que o mundo enfrentará em 2024, o qual escalou sete pontos percentuais face ao ranking do ano passado, em que ocupava a terceira posição. Seguem-se o crime cibernético generalizado e a insegurança cibernética (42%), a estagnação económica prolongada (34%), os conflitos interestatais (28%) e a geopolitização de recursos estratégicos (27%), refere a Marsh, descrita como líder mundial em corretagem de seguros e consultoria de risco.

"À entrada de 2024, as empresas portuguesas confrontam-se com um espetro de riscos que desafia a estabilidade e previsibilidade do ambiente geopolítico, económico e financeiro. A convergência destes riscos sugere um período de incerteza e a necessidade de estratégias de mitigação e adaptação mais sofisticadas", afirma Fernando Chaves, especialista de risco da Marsh Portugal, citado num comunicado enviado, esta quarta-feira, às redações.

"Aliada à volatilidade das relações internacionais, a atual tensão geopolítica poderá afetar a economia portuguesa. Perante a possibilidade de novos conflitos, o aumento do protecionismo e o recuo da globalização, é fundamental que as empresas reavaliem a sua cadeia de abastecimento e considerem cenários alternativos para a continuidade dos negócios", reforça o mesmo responsável.

O estudo "A Visão das Empresas Portuguesas sobre os Riscos" faz uma ponte com o "Global Risks Report 2024", produzido pelo Fórum Económico Mundial com o apoio estratégico da Marsh McLennan, com esta edição a apresentar, pela primeira vez,  uma perspetiva da evolução dos riscos nos últimos 10 anos.

Segundo a consultora, "os dados demonstram a crescente complexidade do cenário de risco geopolítico, económico e financeiro enquanto principais fatores que marcaram a última década, bem como os avanços tecnológicos e os desafios climáticos. Neste período, também a crise do custo de vida, a inflação e o risco de recessões profundas tiveram um impacto significativo na confiança global, trazendo consigo desafios prementes, exacerbados pela incerteza política e pelas tensões comerciais".

Em paralelo, assinala, "a revolução digital trouxe consigo os perigos da desinformação, o voto eletrónico e a disparidade geracional e regional" e "a sensação de insegurança cibernética e as consequências imprevistas da inteligência artificial emergiram enquanto ameaças críticas, exigindo políticas de 'governance' mais robustas e coordenadas a nível internacional, de forma a mitigar os riscos associados".

A Marsh aponta ainda que "a transição para uma ordem global multipolar foi também um tema recorrente, com médias e grandes potências a desafiarem normas previamente estabelecidas", um cenário que "sugere um futuro onde a gestão de riscos globais e a cooperação internacional será ainda mais desafiante, mas também essencial para a estabilidade".

"Esta análise demonstra claramente que muitos dos riscos geopolíticos, económicos e financeiros antecipados há uma década não só se materializaram, como também se exacerbaram, o que representa uma falha coletiva em mitigar eficazmente os seus efeitos. Apesar da previsibilidade de certos riscos, verifica-se que as ações implementadas foram insuficientes para contrariar as tendências negativas, levando a desafios ainda mais complexos e interconectados. A necessidade de abordagens mais proativas e cooperativas torna-se evidente, visando não só a mitigação, mas também a prevenção de riscos futuros, sublinhando a importância de políticas de gestão global, inovação e solidariedade internacional na construção de um futuro mais resiliente e sustentável", diz Fernando Chaves.

Importância dada à gestão de risco em queda

Com efeito, os dados do estudo mostram que sensivelmente quatro em cada dez empresas nacionais atribuem "elevada importância" à gestão de riscos, o que representa uma quebra de 11% face ao anterior, sendo este o valor mais baixo desde 2018. Apenas 12% atribuem pouca importância a esta temática, com 49% a afirmarem que atribuem importância suficiente.

Relativamente ao orçamento alocado para a gestão de riscos, também em 2024 se verifica um decréscimo do número de empresas que afirma ter aumentado este valor, sendo que apenas 27% o fez (contra os 39% registados em 2023). O valor estabilizou em grande parte das empresas (49%), com 22% a afirmarem não saber qual o valor orçamentado, especifica a consultora.

"A gestão de risco está cada vez mais associada à resiliência das empresas, sendo que a existência de uma política formal e transversal é um dos fatores mais relevantes para a sua sobrevivência ou continuidade", adverte Fernando Chaves. "Uma gestão de riscos mais eficaz permite que as empresas estejam melhor preparadas para enfrentar um mundo cada vez mais complexo e volátil. Será importante perceber ao longo dos próximos anos se o investimento concretizado se materializou numa maior capacidade de adaptação das empresas e superação do quadro económico exigente vivido atualmente", acrescenta.

Perspetivas para a próxima década

Na perspetiva da Marsh, nos próximos dez anos, as empresas portuguesas terão de se adaptar a um cenário internacional em constante evolução. E, neste cenário, sustenta, "a diversificação económica e a procura por novos mercados tornar-se-ão estratégias-chave para as empresas prosperarem", sendo que "a tecnologia continuará a ser um fator disruptivo, criando não só riscos, mas também oportunidades".

"As empresas portuguesas enfrentam um horizonte onde os riscos geopolíticos, económicos e financeiros se entrelaçam com crescente complexidade. A necessidade de adaptação e a prontidão para a mudança não são apenas uma questão de estratégia, mas de sobrevivência e sucesso a longo prazo. A capacidade de antecipar e responder proativamente determinará a sua resiliência e capacidade de inovar e liderar num mercado global em constante transformação", afirma Fernando Chaves.

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