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Um CEO, um filósofo do metaverso e um "geek": quem são os "pais" da Worldcoin?
10-03-2024 12:00

Há três cérebros por detrás do fenómeno Worldcoin: Sam Altman, Max Novendstern e Alex Blania. Ligados pela inteligência artificial, os três decidiram criar uma organização em 2019 para combater os "bots", de forma a ser possível distinguir entre "fantasmas digitais" e seres humanos.

Rapidamente, a fundação criada pelos três ganhou destaque, sobretudo pelo facto de oferecer criptomoeda (de seu nome WLD) pela íris de pessoas que queiram ver parte do seu globo ocular captado por uma foto e transformado num código encriptado único - que serve como um passaporte digital para seres humanos na internet.

O fenómeno de multidões rapidamente atraiu a atenção dos reguladores, incluindo da Comissão Nacional de Proteção de Dados em Portugal (que está a fiscalizar o projeto no país), tendo Espanha chegado a suspender as atividades da Worldcoin no país.

Sam Altman saiu em defesa da fundação por si criada, afirmando, citado pelo Financial Times que consegue conceber um mundo onde a sua startup pudesse existir sem a sua criptomoeda WLD, que vale neste momento 7,40 dólares - o equivalente a 6,76 euros à taxa de câmbio atual. 

Mas quem é Sam Altman? Entre os três nomes é o mais sonante, por estar profundamente associado à OpenAI, uma empresa focada na inteligência artificial e criadora da ferramenta ChatGPT.

O empresário e empreendedor - que nasceu em Chicago (EUA), em abril de 1985 - tornou-se CEO da OpenAI em 2019, ainda que, assim como Elon Musk, tenha estado ligado ao projeto desde o início.

Desde então enfrentou dois momentos difíceis: a saída de Musk da OpenAI, perdendo assim o financiamento do homem mais rico do mundo, e a decisão do conselho de administração da OpenAI de retirar Sam Altman do cargo de CEO. Entretanto, e com um convite pelo meio para integrar a Microsoft, Altman voltou a entrar na Open AI.

No entanto, apesar de a presença da OpenAI o ter catapultado, a realidade é que há muito que o empreendedor era um caso de sucesso no tecido empresarial norte-americano.  Com apenas 19 anos, Sam Altman fundou a Loopt, uma aplicação que permitia aos utilizadores contactarem-se e partilharem entre si a sua localização. O projeto foi criado depois de o então jovem ter abandonado o curso de ciências de computação ao final de dois anos.

Mais tarde, Altman chegou mesmo a dizer ao New Yorker que, na universidade, tinha aprendido mais sobre como jogar póquer do que sobre computação e que isso o ajudou na sua carreira, em concreto "como perceber padrões nas pessoas ao longo do tempo e como tomar decisões com informação imperfeita".

Embora a Loopt tenha atraído parcerias com operadoras de telecomunicações, acabou por não conseguir atrair utilizadores suficientes e em 2012 foi adquirida pela Green Dot por 43 milhões de dólares.

Já as capacidades de liderança de Sam Altman terão começado ainda mais cedo, de acordo com os seus mais próximos em declarações ao New Yorker. Sam Altman frequentou uma escola de elite, a John Burroughs, onde anunciou numa assembleia de alunos que era homossexual e apelou aos professores que afixassem cartazes na escola com a frase "espaço seguro". "O que o Sam fez mudou a escola", afirmou uma pessoa próxima de Altman.

Alex Blania: a mente operacional da Worldcoin

Não é possível falar da Worldcoin sem falar da Tools for Humanity, a empresa encarregue de toda a parte operacional e que criou a Orb, uma esfera de aço do tamanho de uma bola de futebol, que no fundo é um computador capaz de captar a foto da íris de um ser humano e transformá-la num código encriptado.

É aqui que entra o alemão Alex Blania, CEO e cofundador da empresa de software e hardware. O engenheiro estudou física e ciências da computação na Universidade de Nuremberga, mas não se ficou por aqui, tendo chegado a ser estudante e investigador convidado do California Institute of Technology, nos EUA.

Já Max Novendstern é, entre os três cofundadores da Worldcoin, o mais desconhecido do público, ainda que o seu nome esteja associado a vários projetos no universo da blockchain e da Web3.

De uma área completamente diferente, Novendstern formou-se em filosofia na Universidade de Harvard em 2014, sendo dois  os projetos que mais se destacam do seu perfil: a Worldcoin e a Mana (ou Decentraland) – um projeto que opera na rede blochain etehereum e que consiste numa plataforma de realidade virtual, ou melhor, no metaverso.

Max Novendstern está ainda dedicado a projetos tecnológicos focados em países em desenvolvimento. Entre 2019 e 2021 foi CEO da Worldcoin.