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O efeito Digi, a subida das rendas, as pensões e os lucros dos bancos
01/08/2024 07:01

Bom dia,

A Digi ainda não entrou em Portugal, mas já está a "abanar" o mercado. A operadora romena é conhecida por ter uma oferta agressiva, obrigando os concorrentes a baixar os preços. E em Portugal não deverá ser diferente com as estimativas da Autoridade da Concorrência (AdC) a apontarem para reduções médias de 2,6% dos tarifários dos pacotes e até 7,4% no móvel. Os cálculos constam do documento da decisão pública sobre a operação de concentração da Nowo pela Vodafone (que não foi aprovada), consultada pelo Negócios. Para analisar o impacto da venda, ou não, da Nowo, o regulador liderado por Nuno Cunha Rodrigues fez o exercício de avaliar o "efeito Digi", como apelidou, em ambos os cenários. A conclusão? "Em qualquer uma das situações ocorre uma descida de preços generalizada" como resultado da entrada do operador romeno, mas mais evidenciada no quadro de uma não concentração.

As rendas deverão aumentar até 2,3% no próximo ano, de acordo com os dados da inflação calculados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) conhecidos esta quarta-feira. O coeficiente da atualização anual de rendas, fixado anualmente pela autoridade estatística, tem por base a inflação média dos últimos 12 meses sem habitação relativo ao mês de agosto. Esse valor só será conhecido no final do próximo mês, mas os dados de julho, agora conhecidos, já permitem antecipar o valor final, na medida em que não são de esperar, no período de um mês, alterações substanciais.

Nesta edição regressamos ao Livro Verde para a Sustentabilidade da Segurança Social entregue aos parceiros sociais esta semana, para revelar os dados das taxas contributivas reduzidas que geram "perda de receita", na medida em que não correspondem a uma redução dos custos que cobrem, abrangem 1,7 milhões de trabalhadores. Há reduções na receita que servem fins diversos e não estão a ser compensadas pelo Orçamento do Estado, num valor superior a mil milhões de euros em catorze anos. E prestações remuneratórias isentas de descontos por mera falta de regulamentação.

Fazemos também a conta aos lucros da banca no primeiro semestre do ano. E são números grandes. A Caixa Geral de Depósitos teve um resultado positivo de 889 milhões de euros, o que representa uma melhoria de 46,2% face aos 608 milhões alcançados há um ano e vai devolver todo o montante do apoio do Estado. O BCP teve o melhor semestre da última década, com um lucro de 485 milhões de euros. E o BPI registou um lucro de 327 milhões de euros no primeiro semestre, um valor 28% acima dos 256 milhões verificados no período homólogo. Tudo junto, dá mais de 1.700 milhões de euros.

Esta quinta-feira, é esperado que o Banco de Inglaterra avance para o primeiro corte nas taxas de juro depois do ciclo de subidas desde 2021. Foi em agosto de 2023 que o Banco de Inglaterra (BoE) aumentou pela última vez os juros diretores. Desde essa altura que a taxa de referência está nos 5,25%, que é o nível mais alto dos últimos 16 anos e meio. Esta quinta-feira volta a olhar para a política monetária e as apostas vão no sentido de uma descida. O Banco Central Europeu já desceu na reunião de junho e tudo aponta para que a Reserva Federal norte-americana faça o mesmo a partir de setembro. E no Reino Unido, será agora que isso acontece? Um ano após a sua última subida, o banco central britânico vai reduzir as taxas diretoras? Tudo se direciona nesse sentido.

Esta quinta-feira, publicamos mais uma parte da série sobre a queda do BES. O Banco Espírito Santo caiu com estrondo há dez anos. Esta é a história da resolução, das suas consequências, das revelações que se lhe seguiram e das feridas que ficaram por sarar.

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