Wall Street encerra mista. Nvidia prossegue queda 24/06/2024 21:58:45

As bolsas norte-americanas fecharam com uma tendência mista a primeira sessão da semana, numa altura em que a gigante de fabrico de semicondutores Nvidia vê as suas ações a mergulharem - depois de ter chegado a ser, na passada terça-feira, a mais valiosa do mundo ao suplantar a Microsoft e a Apple em valor de mercado. Esta derrapagem cria a especulação de que o setor que levou o S&P500 a recordes consecutivos possa estar a assistir a um travão no "rally".

A Nvidia perdeu 6,7% e estendeu a queda de três dias para 15%, ultrapassando o limite técnico de uma correção de mercado. Ainda assim, a empresa acumula ganhos de mais de 140% desde o início do ano, à boleia do aumento da procura pela inteligência artificial.

Do lado das perdas, o Standard & Poor's 500, "benchmark" para a região, recuou 0,14% para5.456,81 pontos, pressionado sobretudo pelas tecnológicas, com as ações das cotadas financeiras e energéticas a evitarem maiores perdas. o tecnológico Nasdaq Composite caiu 1,09% para 17.496,82 pontos. Em terreno positivo encerrou o industrial Dow Jones, ao avançar 0,67% para 39.411,21 pontos.


Noutros movimentos de mercado, a Apple parece não ter sido pressionada com o processo instaurado pela União Europeia relativamente a alegadas fraudes com a App Store, e encerrou a sessão a valorizar 0,31%. 

Já a Trump Media & Technology escalou, ao disparar 21,19%, após o anúncio feito na passada sexta-feira, 21 de junho, de que esperava receber mais de 69,4 milhões de dólares em receitas provenientes "warrants". 

No setor farmacêutico, o salto de 34,52% da norte-americana Alnylam aconteceu num momento em que um dos medicamentos produzidos está a conseguir tratar, de forma progressiva, uma doença cardíaca, abrindo caminho para que seja o produto mais vendido na empresa. 

Lori Calvasina, da RBC Capital Markets, admitiu à Bloomberg que se o otimismo que se vive nos mercados se revelar injustificado, "poderá haver riscos negativos". Já os estrategas do Morgan Stanley advertiram que, com apenas uma parte das chamadas "megacaps" de "maior qualidade" a impulsionarem o desempenho das ações, o mercado está mais focado no abrandamento do crescimento económico do que na inflação e nas taxas de juro. 

Ainda assim, os investidores estarão de olhos postos no final da semana, em que vão ser divulgados dados económicos, incluindo o chamado indicador preferido da Reserva Federal dos EUA, as despesas de consumo das famílias - que pode dar pistas sobre o futuro dos cortes de juros planeado pelo banco central para este ano.