Paula Amorim: ?Adoraria que em 20 anos o mundo me visse como a nova Marta Ortega? 19/04/2024 13:33:43

A mais "fashion" da família que detém a 522.ª fortuna mundial é dona, na esfera pessoal, de um grupo de restaurantes e lojas de moda de luxo, onde vende roupa da marca própria Paula, que acaba de estrear-se na internacionalização com a abertura de uma "pop-up" em Madrid, no El Corte Inglês da Rua Serrano.

 

O contacto partiu dos grandes armazéns espanhóis. "Eles escolheram-nos. No ano passado estivemos em Madrid, com uma ‘pop-up’ na Philocalist, viram a coleção e pensaram que teria muito potencial no mercado espanhol", conta Paula Amorim, citada pelo El País.

 

"Num espanhol quase perfeito", realça o jornal espanhol, a empresária portuguesa lembra a razão porque criou a marca Paula, em 2019: "Dei-lhe o meu nome para saber que nunca desistiria."

 

"A sua herança e gosto pela moda levaram muitos meios de comunicação social a chamá-la de Marta Ortega portuguesa", lembra o El País. Paula Amorim gosta da comparação com a filha de um dos homens mais ricos do mundo e que é a presidente do grupo Inditex, império de marcas como a Zara, Pull&Bear, Massimo Dutti, Oysho ou Bershka.

 

"Seria ótimo se daqui a 20 anos o mundo me visse como a nova Ortega, mas como fundadora do estilo de vida luxuoso em Portugal", afirma Paula Amorim, de 53 anos.

"Acho que a Marta está a fazer uma excelente transição, não é fácil suceder a um líder tão carismático e extraordinário", considera a empresária portuguesa, que preside a empresas como a Galp.

 

Sobre o setor nacional da moda, a filha mais velha do falecido empresário Américo Amorim considera que "em Portugal há muita qualidade e uma indústria têxtil consolidada, mas acima de tudo é vendida para exportação".

 

"Em Portugal há muitas fábricas", mas, "ao contrário de Espanha, não há marcas", observa.

"Aqui [em Espanha] vocês tem um poder de visibilidade muito maior, por conta das marcas. Ficámos com a indústria, mas a parte criativa ficou para trás. Nunca foi um objetivo e os empresários portugueses focaram-se apenas na produção e não tanto no desenvolvimento de marcas. Por isso achei que tínhamos um espaço muito bom aqui, uma grande oportunidade. É preciso investimento, mas queremos fazer da Paula uma marca portuguesa com visibilidade internacional", sinaliza.

 

Ainda em declarações ao El País, a filha do meio de Américo Amorim não deixou passar a oportunidade para falar da sua relação com o já falecido empresário: "Quase quatro décadas separam-me do meu pai. Embora fosse de uma geração mais tradicional, ele sempre incutiu em mim, como filha mais velha, o valor do trabalho árduo e da liderança", sublinha.

 

"Considero o meu relacionamento com ele um constante teste de resistência e uma avaliação contínua para assumir o controlo dos negócios da família, algo que ele reconheceu como seu desejo. Passei muitos anos como vice-presidente nas empresas mais importantes", lembra a empresária portuguesa.

 

"O melhor foi a sorte de estar ao lado do meu pai. Era uma pessoa de ação, com um espírito muito jovem e visionário. Acima de tudo, um homem muito trabalhador. Como sua filha mais velha, admirava-o muito pelo que havia conquistado e pelo legado que havia criado. Eu realmente queria aprender diretamente com ele. Acho que herdei seu espírito empreendedor", assume Paula Amorim.