BBVA antecipa crescimento de 4% em Portugal este ano mas alerta para riscos 28-04-2021 10:27:28

O BBVA antecipa que a economia portuguesa irá recuperar nos próximos trimestres e registar um crescimento de 4% no ano, depois da quebra histórica ocorrida em 2020.

 

Numa nota de análise, os especialistas do BBVA Research projetam que "a economia passará de valores negativos para positivos nos próximos trimestres e deverá crescer 4% em 2021 e acelerar para 5,1% em 2022".

 

A esperada aceleração do crescimento será alimentada por uma conjugação de factores entre os quais se destacam a mudança na política orçamental dos EUA, a melhoria dos indicadores de saúde, o elevado nível de poupança acumulada, a flexibilização das normas na União Europeia, o efeito das políticas do BCE e um bom desempenho das exportações.

 

Segundo os analistas, a melhoria dos indicadores de saúde permitirá a eliminação gradual das barreiras à aglomeração de pessoas e à abertura dos negócios, fazendo com que uma parte significativa da poupança "forçada" possa materializar-se em maior despesa durante os próximos meses.

 

"Em geral, prevê-se que o investimento, tanto público como privado, seja beneficiado pelo círculo virtuoso que uma política orçamental expansionista, a melhoria da confiança relacionada com a campanha de vacinação massiva e condições de financiamento favoráveis poderão criar.

 

Contudo, o BBVA alerta que ainda persistem riscos para a recuperação, nomeadamente o controlo da doença e a velocidade do processo de imunização da população, bem como as consequências da crise no emprego e no tecido produtivo.

 

"Tudo está sujeito ao controlo da doença e, por conseguinte, a uma vacinação rápida, eficaz e massiva", apontam.

O BBVA destaca ainda que o país deve tirar partido do Plano de Recuperação e Resiliência para criar as condições para uma recuperação sustentável no pós-pandemia.

"Portugal tem muito em jogo. Por um lado, porque é do seu próprio interesse tirar partido desta oportunidade para criar as condições para uma recuperação mais vigorosa e sustentável, semelhante à que se registava antes da pandemia", sinalizam. "Por outro lado, porque a credibilidade do país está em causa. A disponibilidade do BCE para evitar a fragmentação dos mercados de dívida pode ser colocada em causa se algum dos membros integrantes da união monetária não cumprir os compromissos assumidos".