Lay-off simplicado, as perdas da ANA, a economia de pé e a Livraria Barata de rastos 08/02/2021 07:00:00

Bom dia!

 

Há empresas que não foram obrigadas a encerrar devido às restrições do estado de emergência, mas porque trabalham para as que tiveram de fechar portas têm a sua atividade seriamente ameaçada. É o caso de prestadores de serviços de limpeza, segurança ou cantinas, que ao contrário das primeiras não tinham acesso ao lay-off simplificado.

 

Isso vai mudar. Como lhe conta o Negócios, a ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho, garantiu à Confederação do Comércio (CCP) e à Confederação Empresarial (CIP) que vai permitir que empresas daqueles setores possam colocar em lay-off simplificado alguns dos seus trabalhadores. Neste grupo estão incluídas ainda empresas de serviços partilhados, como a contabilidade.

 

A "economia portuguesa não está de joelhos", garante Daniel Traça, dean da Nova SBE, em entrevista ao Negócios. O economista admite que "há feridas que vão ficar", mas agora é preciso "assegurar que as empresas continuam vivas e estão prontas a arrancar rapidamente" para aproveitar as vacinas e salvar o verão. "Muitas pessoas ficaram em casa e quando voltarem para a rua vão querer gastar", antecipa.

 

Daniel Traça diz que o sucesso português no combate à primeira fase da pandemia, na primavera de 2020, contribuiu para aumentar a atratividade do país nos processos de recrutamento de estudantes realizados no estrangeiro. A Nova SBE aproveitou o "milagre português" para atrair alunos internacionais, que já preenchem mais de metade das vagas nos mestrados. A pandemia está também a mudar os currículos, da licenciatura à formação executiva.

 

Tem-se falado muito da TAP – já lá vamos – mas menos da ANA. Embora numa escala menor, a concessionária de aeroportos também foi penalizada pela pandemia. Perdeu cerca de 600 milhões de euros em receitas no ano passado, uma quebra de 68% face ao período homólogo.

 

Já a transportadora aérea deu mais um importante rumo à implementação do plano de reestruturação. A companhia chegou a acordo com todos os sindicatos e garante que em breve apresentará as medidas laborais de adesão voluntária. Dos níveis de adesão que tiverem, avisa a administração da TAP, dependem outras medidas de ajuste da estrutura de custos laborais ao atual momento.

 

Pode ler aqui o que foi acordado com o pessoal de terra e aqui o que ficou fechado com os pilotos.

 

A Livraria Barata tem os credores à perna. São 808 e reclamam dívidas de 4,5 milhões de euros. Nascida nas brumas da ditadura, em 1957, a histórica livraria da Avenida de Roma, em Lisboa, tornou-se num símbolo de resistência ao fascismo, o que valeu ao seu fundador a perseguição da polícia política. Em maio já alertava que "corre o risco de fechar" e agora está na antecâmara da falência.

 

A UE está a vacinar devagar. Qual é o preço do atraso? A Margarida Peixoto colocou a questão a William De Vijlder, economista-chefe do BNP Paribas, que considera que a retoma na União Europeia poderá ser adiada um trimestre.

 

O Gonçalo Almeida escreve sobre a nova comunidade de "traders" que investe em comunidade. Em Portugal, o foco destes jovens "traders" está nas ações ou derivativos norte-americanos. "Investir em comunidade é muito mais fácil. Sozinho pode até ser depressivo", diz ao Negócios um dos administradores do grupo Touros de Wall Street, uma espécie de WallStreetBets (o famoso fórum do Reddit), mas na aplicação de mensagens Telegram. Alguns destes quase mil portugueses fazem do investimento em bolsa a sua ocupação.

 

No Investidor Privado desta semana pode conhecer as gestoras portuguesas que comercializam fundos com selo de sustentabilidade.  

 

A fechar, saiba que a biblioteca dos CEO está de volta com a sugestão de leitura de Madalena Cascais Tomé, presidente executiva da SIBS.

 

Tenha uma excelente semana!