Abertura dos mercados: Europa respira "no verde" com vírus no radar. Petróleo mantém recuperação 14/02/2020 09:22:00

Os mercados em números
PSI-20 sobe 0,13% para 5.338,65 pontos
Stoxx 600 avança 0,03% para 431,19 pontos
Nikkei desvalorizou 0,59% para 23.687,59 pontos
Juros da dívida portuguesa a dez anos descem 0,7 pontos base para 0,279%
Euro avança 0,03% para 1,0844 dólares
Petróleo em Londres sobe 0,37% para 56,55 dólares o barril
 
Europa recua com medo do vírusOs principais mercados europeus abriram a última sessão da semana a negociar em leve queda, mas rapidamente reverteram esse cenário. O Stoxx 600, índice que reúne as 600 maiores cotadas da região segue agora a subir 0,03% para 431,19 pontos.A dar algum alento ao sentimento europeu está a Alemanha, que conseguiu evitar a contração da sua economia no último trimestre do ano passado, contra as estimativas dos analistas. No entanto, apesar de o PIB (produto interno bruto) germânico não ter caído, manteve-se estagnado face aos três meses anteriores. Apesar da saúde da maior economia do bloco europeu ter conseguido respirar na fase final de 2019, espera-se agora que não seja capaz de evitar uma contração nos primeiros meses de 2020, devido ao impacto que o coronavírus está a ter na economia em todo o mundo.O motor da economia alemã, o setor automóvel, está a ser um dos principais prejudicados, uma vez que algumas das maiores empresas do setor viram-se obrigadas a fechar as suas fábricas no continente asiático, principalmente na China. O vírus continua debaixo do radar dos investidores, numa altura em que a sua propagação continua a aumentar, se bem que de forma mais lenta.Por cá, o índice PSI-20 vai valorizando 0,13% para 5.338,65 pontos, apoiado pelo grupo EDP. A casa-mãe sobe 0,69% para os 4,687 euros por ação e a EDP Renováveis ganha 0,49% para os 12,42 euros.
 
Juros da Zona Euro prolongam quedas. Grécia mantém-se em mínimosOs juros de dívida das maiores economias da Europa assumem uma postura descendente, com a referência para o bloco, a Alemanha a dar o mote. Os juros germânicos a dez anos caem 0,7 pontos base para os -0,395% e os italianos recuam 0,1% para os 0,901%.Em destaque continuam os juros da Grécia, que ontem recuaram da barreira dos 0,9% pela primeira vez na história. Hoje, mantêm-se perto desse valor.Por cá, os juros a dez anos da dívida portuguesa caem 0,7 pontos base para os 0,279%. 
 
Euro respira, mas a custoO euro aprecia uns tímidos 0,03% para os 1,0844 dólares, mantendo-se perto de mínimos de três anos, com os investidores preocupados com a saúde da economia na Zona Euro, num dia em que serão divulgados os números do PIB (produto interno bruto) dos países da Zona Euro. A moeda única europeia perdeu 1% até agora nesta semana e está a caminho para o seu pior desempenho em duas semanas, desde 2018.
 
Petróleo mantém ciclo de recuperaçãoA matéria-prima manteve o seu ciclo de recuperação e valoriza pela quarta sessão consecutiva. O Brent, negociado em Londres e que serve de referência para Portugal, vai apreciando 0,37% para 56,55 dólares o barril e o norte-americano WTI acompanha a tendência ao subir 0,29% para os 51,57 dólares por barril. Apesar deste aliviar de pressão nos preços da matéria-prima, ontem a Agência Internacional de Energia previu que a procura por petróleo contraí-se pela primeira vez em mais de uma década no primeiro trimestre deste ano. Como resposta a este declínio, os maiores produtores do "ouro negro" estarão dispostos a fazer grandes cortes na produção. A recomendação do comité técnico da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) foi que os países que pertencem ao cartel diminuíssem a sua oferta em mais 600 mil barris por dia, mas carece de aprovação por parte dos ministros dos países em causa. A próxima reunião do cartel está marcada para os próximos dias 5 e 6 de março, em Viena, na Áustria. 
 
Ouro deprecia ligeiramente O ouro, que normalmente negoceia de forma oposta aos sentimentos, confirma essa tendência e deprecia 0,07% para os 1.575,99 dólares por onça. No entanto, dada a semana turbulenta com a propagação do vírus chinês a afugentar os investidores do risco.