Fecho dos mercados: Coronavírus assusta petróleo e euro. Ouro negro em mínimos de mais de um ano 10/02/2020 17:28:00

Os mercados em números
PSI-20 ganhou 0,15% para 5.282,06 pontos
Stoxx 600 subiu 0,07% para 424,64 pontos
S&P500 desce 0,35% para 3.339,54 pontos
Juros da dívida portuguesa a dez anos recuaram 2 pontos base para 0,286%
Euro deprecia 0,27% para 1,0916 dólares
Petróleo em Londres desvaloriza 0,95% para os 53,95 dólares o barril
Coronavírus deixas bolsas sem rumo definido
As principais praças bolsistas do Velho Continente encerraram a sessão desta segunda-feira, 10 de fevereiro, a transacionar sem tendência definida, com o índice de referência europeu Stoxx600 a alternar entre ganhos e perdas ao longo da negociação para fechar com uma ligeira subida de 0,07% para 424,64 pontos.
Já o lisboeta PSI-20 terminou o dia com um ganho de 0,15% para 5.282,06 pontos, penalizado pelo BCP que perdeu 3,49% para 18,80 cêntimos por ação, isto num dia em que o CaixaBank BPI reduziu a recomendação e o preço-alvo das ações do banco.
Numa altura em que continua a aumentar o número de casos infetados com o coronavírus na China, a Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou que deverá também assistir-se a uma subida do número de pessoas com o novo vírus da pneumonia fora do território chinês, o que adensa o receio quanto ao potencial impacto negativo para a evolução da economia global em 2020.
Itália contraria descida dos juros na Zona Euro
Os juros das dívidas públicas da generalidade dos países que integram a área do euro aliviaram na sessão desta segunda-feira, sendo que Itália contrariou a tendência de alívio.
A taxa de juro exigida no mercado secundário de dívida pelos investidores para comprarem obrigações soberanas de Portugal no prazo a 10 anos caiu 2 pontos base para 0,286%, na terceira queda consecutiva.
O mesmo em relação aos títulos soberanos da Alemanha e Espanha, cujas "yields" com maturidade a 10 anos recuaram respetivamente 2,7 e 2,4 pontos base para -0,414% e 0,254%.
Em sentido inverso, a taxa de juro correspondente aos títulos soberanas de Itália a 10 anos subiu 0,7 pontos base para 0,946%.
Euro "de baixa" com o coronavírus ao registar pior ciclo em 17 meses
A moeda única europeia deprecia 0,27% para 1,0916 dólares, acumulando mesmo uma série de seis sessões consecutivas a desvalorizar contra a divisa norte-americana, o mais longo ciclo de perdas desde 2019, o que coloca o euro em mínimos de 2 de outubro.
Por sua vez, o dólar ganha terreno pelo sexto dia seguido, o que lhe permite transacionar em máximos de 10 de outubro no índice da Bloomberg que mede o desempenho da moeda norte-americana face a um cabaz composto pelas principais divisas mundiais.
A contribuir para este ciclo de perdas do euro está o receio em torno do coronavírus, o que leva os investidores a reforçarem o apetite por ativos considerados mais seguros como é o caso do dólar, a moeda de reserva internacional.
                                            
Petróleo desce a mínimo de mais de um ano
O barril de Brent, negociado em Londres e referência para o mercado europeu, conta três sessões de quebra consecutivas. Esta segunda-feira, a queda é de 0,95% para os 53,95 dólares, mas a matéria-prima já esteve a deslizar 1,51% para os 53,63 dólares, um mínimo de 2 de janeiro.
 
A travar as cotações do "ouro negro" estão os sinais de que a Organização de Países Exportadores de Petróleo e respetivos aliados poderão não chegar a reunir-se numa aguardada reunião de emergência, na qual deveriam discutir cortes que controlassem o excesso de oferta a nível global.
 
O controlo dos níveis de produção impõem-se numa altura em que o chinês coronavírus continua a proliferar, tendo já feito mais de 900 vítimas.
 
Ouro no verde há quatro sessões
O metal amarelo segue com uma valorização de 0,36% para cotar nos 1.574,54 dólares por onça. Esta é a quarta sessão consecutiva de ganhos para o ouro, que, tendo o estatuto de ativo refúgio, beneficia da aversão ao risco causada pelo proliferar do coronavírus.