Fecho dos mercados: Bolsas europeias pressionadas por vírus chinês. Paládio sofre derrocada 21/01/2020 17:30:00

Os mercados em números
PSI-20 perdeu 0,52% para 5.276,12 pontos
Stoxx 600 desvalorizou 0,14% para 423,38 pontosS&P500 desce 0,12% para os 3325,64 pontos
"Yield" a 10 anos de Portugal recuou 1,2 pontos base para 0,476%
Euro cede 0,12% para 1,1079 dólares
Petróleo cai 0,35% para os 64,97 dólares por barril em Londres
Bolsas caem "contaminadas" pelo vírus mortal Sars
As principais bolsas europeias desvalorizaram na sessão desta terça-feira, 21 de janeiro, sobretudo penalizadas pelo receio dos investidores quanto ao impacto do vírus SARS identificado na China.
Assim, à imagem da generalidade das bolsas mundiais, também as praças bolsistas do Velho Continente recuaram ante a apreensão dos mercados quanto às consequências do SARS para a economia chinesa. Teme-se que o abrandamento previsto para a segunda maior economia mundial se agrave num cenário de forte incidência deste vírus mortal.
A expectativa quanto ao rumo da política orçamental que sairá da reunião de amanhã do Banco Central Europeu também manteve os investidores com uma atitude prudente na negociação desta terça-feira.
O índice de referência Stoxx600 recuou 0,14% para 423,38 pontos na segunda queda consecutiva e num dia em que foi sobretudo pressionado pelas quedas dos setores europeus das matérias-primas, petrolífero, automóvel e da banca.
Já o lisboeta PSI-20 perdeu 0,52% para 5.276,12 pontos, também no segundo dia seguido de perdas para a bolsa nacional. O principal índice nacional transacionou mesmo na cotação mais baixa numa semana, tendo a Galp Energia sido a cotada que mais penalizou ao desvalorizar acima de 1,5% para 14,85 euros.Juros recuam pela terceira sessãoOs juros da dívida a dez anos de Portugal recuaram 2,3 pontos base para os 0,461%, o terceiro alívio consecutivo nesta taxa. Na Alemanha, a tendência é a mesma há duas sessões, e os juros destas obrigações cedem 3 pontos base para os -0,250%. Deste modo, o prémio da dívida portuguesa face à alemã fixa-se nos 71,1 pontos base.
Economia puxa pelas moedas na Europa
A libra volta aos ganhos, depois de duas sessões a descer, e sobe 0,37% para os 1,3058 dólares, num dia em que a taxa de emprego do Reino Unido foi publicada e os dados mostram que esta atingiu níveis recorde, o que torna menos provável o cenário de corte das taxas de juro por parte do Banco de Inglaterra. A próxima reunião da instituição central vai realizar-se a 30 de janeiro.
Já a moeda única europeia confronta-se com eventos semelhantes, mas mostra menos vigor. O índice Zew na Alemanha, que mede o sentimento económico, fixou-se nos 26,7, largamente acima das expectativas, que apontavam para que ficasse pelos 15. Também o Banco Central Europeu vai pronunciar-se, e bem mais cedo que o homólogo inglês: é já esta quinta-feira, 23 de janeiro. O euro sobe uns ligeiros 0,03% para os 1,1098 dólares. 
Petróleo cede com reservas a pesar
O barril de Brent, a referência para a Europa que é negociado em Londres, cai 0,35% para os 64,97 dólares. Esta queda quebra um ciclo de ganhos que se mantinha há três sessões. A disrupção de exportações da parte da Líbia, onde os portos se encontram fechados por ordem de uma milícia até que esta consiga um entendimento com o governo, não são o suficiente para impulsionar as cotações. Isto porque as reservas estão a conseguir acomodar as quebras decorrentes deste evento. "O mundo está a boiar em petróleo", disse Fatih Birol, o diretor da Agência Internacional de Energia, esta terça-feira, no evento do Fórum Económico Mundial em Davos.  Paralelamente, a possibilidade de que o crescimento económico na China abrande na sequência dos efeitos do vírus SARS também abala as cotações da matéria-prima, que pode ver a procura diminuída. 
Paládio com maior quebra em cinco meses
O paládio já não perdia há 13 sessões consecutivas, mas a situação de saúde pública na China – com o surto do vírus SARS – está a fazer tremer os investidores em relação ao crescimento da segunda maior economia do mundo – sendo que a China é, simultaneamente, o maior consumidor de metais a nível mundial.
O paládio deslizou 5,9% para os 2.394,58 dólares por onça. O cobre, tipicamente afetado pelos mesmos fatores, também desce 1,6% para os 2,799 dólares.