Abertura dos mercados: Vitamina Draghi impulsiona bolsas e leva juros da dívida para novos mínimos 06/06/2019 09:25:00

Os mercados em númerosPSI-20 valoriza 0,60% para os 5.103,41 pontosStoxx 600 ganha 0,24% para os 373,56 pontosNikkei desvalorizou 0,01% para 20.774,04 pontosJuros da dívida portuguesa a dez anos descem 2,8 pontos base para 0,641%Euro sobe 0,12% para 1,1265 dólaresPetróleo em Londres soma 0,36% para 60,85 dólares por barril
Vitamina Draghi ilumina bolsas europeias
A Europa segue sólida no verde, com as principais praças a apresentarem ganhos em torno de 0,5%. O agregador das 600 maiores cotadas do Velho Continente, o Stoxx 600, soma 0,44% para os 375,72 pontos. As cotadas do setor das utilities são as que mais valorizam, com uma subida acima de 1%.
 
A marcar o dia dos mercados no Velho Continente está o discurso do presidente do Banco Central Europeu. Mario Draghi deverá anunciar dizer hoje que a taxa de juro de referência será mantida em mínimos históricos, isto é, 0%, prolongando desta forma a postura cautelosa e a política de estímulos à economia.
 
Do outro lado do Atlântico mantêm-se as esperanças que os Estados Unidos cheguem a acordo com o México por forma a evitar a imposição de tarifas, as quais estão agendadas para a próxima semana, dia 10 de junho. As negociações, que falharam ontem, continuam esta quinta-feira, dia 6 de junho.
 
Por cá, a bolsa nacional avança impulsionada sobretudo por EDP e Galp, com o PSI-20 a contar a terceira sessão consecutiva no verde e a valorizar 0,39% para os 5102,54 pontos. A elétrica liderada por António Mexia segue a somar mais de 1,5%.
  
BCE não tira brilho ao euro
A moeda única europeia segue a somar 0,12% para os 1,1234 dólares. O euro volta desta forma aos ganhos que mantém desde a passada sexta-feira e interrompeu apenas na última sessão.
 
O presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, discursa hoje e "teria de soar muito preocupado acerca do crescimento e da inflação para causar alguma reação no euro", escreveu o Commerzbank, numa nota distribuída pelos clientes.
 
A intervenção de Draghi segue-se à da Fed, esta terça-feira, na qual o presidente Jerome Powell garantiu que tudo será feito para apoiar a economia norte-americana, o que foi lido como havendo margem para baixar os juros em caso de necessidade – uma leitura que abalou o valor do dólar.
Juros da dívida colecionam mínimos
Os investidores continuam a apostar forte na dívida soberana europeia, levando as taxas de juro para mínimos históricos em diversos países. É o caso de Portugal, onde a yield das obrigações do Tesouro a 10 anos cede mais 2,8 pontos base para 0,641%, o que corresponde a um novo mínimo de sempre. Na dívida espanhola também já foi atingido um novo mínimo histórico ("yield" cai 2,5 pontos base para 0,599%), bem como nas bunds ("yield" desce 0,3 pontos base para -0,232%), que são a referência no mercado europeu.
A reforçar a atratividade da dívida soberana europeia está a expectativa que o Banco Central Europeu dê sinais de que está disponível para manter uma política monetária ultra-expansionista, bem como a incerteza da guerra comercial, que afasta muitos investidores do mercado acionista.
Petróleo sobe após entrar em bear market
As cotações do petróleo recuperam do tombo sofrido na véspera, que foi motivado pela divulgação dos stocks de crude nos Estados Unidos, que aumentaram de forma inesperada, o que sugere um excesso de oferta e fraca procura no mercado. De acordo com o Departamento de Energia dos EUA, as reservas torais de petróleo (crude e derivados) da maior economia do mundo aumentaram em 22 milhões de barris na semana passada, o que representa a maior subida desde 1990.
Reagindo a este relatório, o  West Texas Intermediate, crude de referência para os EUA que é negociado em Nova Iorque, entrou ontem em mercado urso ao cair mais de 20% face ao seu máximo de abril. O Brent, que é negociado em Londres, recuou para mínimos de janeiro abaixo dos 60 dólares.
Hoje o WTI está a valorizar 0,35% para 51,86 dólares e o Brent soma 0,36% para 60,85 dólares.
Ouro sobe pela sétima sessão
O ouro tem sido um dos vencedores das últimas sessões, pois tem servido de refúgio perante a instabilidade dos mercados financeiros e tirado partido da queda do dólar, já que a moeda norte-americana tem perdido fulgor devido ao cenário reforçado de descida de juros nos Estados Unidos.
O ouro está a subir hoje pela sétima sessão, valorizando 0,33% para 1.334,73 dólares, o que corresponde a máximos de três meses.