Fecho dos mercados: Juros de Portugal a caminho de 1%. Bolsas recuperam e libra sobe 21-05-2019 17:41:00

Os mercados em números
PSI-20 subiu 0,47% para 5.122,59 pontos
Stoxx 600 ganhou 0,54% para 379,5 pontos
S&P 500 valoriza 0,82% para 2.863,58 pontos
"Yield" a 10 anos de Portugal desce 2,7 pontos base para 1,024%
Euro cede 0,05% para 1,1160 dólares
Petróleo desvaloriza 0,31% para 71,75 dólares por barril, em Londres 
 
Recuperação das tecnológicas impulsiona bolsas
Nas bolsas europeias o dia foi de recuperação, com os índices a marcarem ganhos em torno de 0,5%, depois de o Departamento do Comércio dos Estados Unidos ter anunciado que irá conceder um prazo de três meses para que as empresas norte-americanas continuem a negociar com a Huawei, permitindo-lhes manter, para já, as redes e equipamentos existentes, bem como as atualizações de software.
O Stoxx600 ganhou 0,54% para 379,5 pontos, com os ganhos a serem liderados pelo setor tecnológico e pelas cotadas com maior exposição ao mercado asiático, que tinham sido precisamente as mais castigadas na sessão anterior.
As fabricantes de chips AMS (Áustria), STMicroelectronics (Holanda) e Infineon (Alemanha) estão a replicar os ganhos das congéneres norte-americanas Intel e Qualcomm.
Nos Estados Unidos os índices marcam ganhos mais acentuados, com destaque para o tecnológico Nasdaq Composite (1,11%).
Lisboa acompanhou este movimento de recuperação das bolsas, com o PSI-20 a subir 0,47% para 5.122,59 pontos, impulsionado sobretudo pelo grupo EDP, que anunciou uma parceria com os franceses da Engie para as eólicas "offshore".
 
Juros de Portugal atingem novo mínimo
Os juros da dívida portuguesa tocaram hoje em novos mínimos históricos, em linha com o comportamento das restantes obrigações soberanas europeias, num contexto em que os investidores apostam que o Banco Central Europeu vai manter nos próximos meses a política monetária ultra-expansionista, o que beneficia estes ativos.
A yield das obrigações do Tesouro a 10 anos cede 2,7 pontos base para 1,024%, tendo esta manhã tocado em mínimos históricos nos 1,0154%. A taxa de juro está assim cada vez mais próxima de ficar abaixo da fasquia de 1%, numa altura em que o prémio de risco está também pouco acima dos 100 pontos base. A yield das bunds a 10 anos sobe 2,5 pontos base para -0,066%, depois de ter atingido mínimos de dois anos e meio na segunda-feira.
Operadores de mercado citados pela Reuters explicam que a atratividade da dívida europeia também aumentou depois das sondagens apontarem para um fraco resultado de Salvini nas eleições europeias, o que diminui a possibilidade de um confronto entre o Governo italiano e a Comissão Europeia.
O juro das obrigações italianas desce 6 pontos base e em Espanha a taxa dos títulos com a mesma maturidade cede 1,1 pontos base para 0,868%.
No mercado de dívida soberana a sessão fica marcada pela emissão de obrigações verdes por parte da Holanda, que atraiu uma forte procura. Foi a primeira vez que um país com rating AAA emitiu "green bonds".
Em Portugal o IGCP anunciou que vai efetuar uma oferta de troca na quarta-feira e as finanças revelaram que na próxima semana avança com a emissão de títulos denominados em moeda chinesa (panda bonds).
 
Libra sobe com possibilidade de novo referendo ao Brexit
A moeda britânica reagiu em alta ao discurso da primeira-ministra Theresa May, que abriu a porta à possibilidade de se realizar um novo referendo ao Brexit. May anunciou um novo acordo para a saída da União Europeia mas antes de se concretizar o Brexit quer que os deputados britânicos votem a possibilidade de ser realizado um novo referendo à permanência no bloco europeu.
Esta notícia colocou a libra a subir 0,24% face ao euro e 0,17% face ao dólar, uma vez que esta concessão de May aumenta as hipóteses de o Reino Unido permanecer na UE.
No câmbio do euro face ao dólar a sessão foi de queda ligeira para a moeda europeia, que tocou em mínimos de 3 de maio. O euro segue a ceder 0,05% para 1,1160 dólares.
 
Petróleo cai com maiores vendas da Rússia aos EUA
As cotações do "ouro negro" seguem em baixa nos principais mercados internacionais, pressionadas pelo anúncio de que as exportações de petróleo da Rússia para os Estados Unidos estão a aumentar rapidamente, com Moscovo a aproveitar a redução das vendas da Venezuela devido às sanções de que é alvo e também a navegar a onda da menor oferta de crude por parte da OPEP. Acontece que a Rússia faz parte de um acordo celebrado com aquele cartel, pelo que os próximos números mensais talvez mostrem que está a exportar mais do que aquilo que foi acordado.
A matéria-prima chegou a estar a subir na sessão de hoje, animada precisamente pela perspetiva de um prolongamento do acordo de corte da oferta delineado no âmbito da OPEP + (membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e outros aliados, como a Rússia). O ministro saudita da Energia, Khalid Al-Falih, instou a coligação OPEP+ a manter os limites à produção quando se reunir no fim de semana em Jeddah, na Arábia Saudita, o que leva a crer que será decidido prolongar esta redução da oferta mundial para lá de junho. Além disso, o crescer de tensões no Médio Oriente – hoje os rebeldes iemnitas apoiados pelo Irão disseram ter atacado um aeroporto no sul da Arábia Saudita – tem sido outro dos fatores que está a impulsionar a matéria-prima. No entanto, as notícias de que as vendas de crude russo para os EUA estão a crescer velozmente acabaram por fazer inverter a tendência de subida do petróleo.
O West Texas Intermediate (WTI) para entrega em junho segue a ceder 0,40% para 62,85 dólares por barril. Também o Brent do Mar do Norte – que é negociado em Londres e serve de referência às importações portuguesas – segue no vermelho, com os preços do contrato para entrega em julho a desvalorizarem 0,31% para 71,75 dólares.
Milho atinge máximos de junho ano com menor cultivo
O preço do milho continua a escalar, tendo hoje atingido máximos de quase um ano no mercado de Chicago, uma vez que o mau tempo está a afastar os agricultores dos campos. As chuvas torrenciais no Midwest dos EUA têm mantido o ritmo do cultivo de milho em mínimos históricos para esta altura do ano, segundo os dados do Departamento norte-americano da Agricultura.
O milho para entrega em julho segue a somar 2,6% no mercado de Chicago, para 3,99 dólares por alqueire, o mais alto nível intradiário desde 13 de junho do ano passado.