Wirecard dispara mais de 10% com investimento de 900 milhões do Softbank 24/04/2019 11:19:00

O japonês Softbank vai investir 900 milhões de euros na alemã Wirecard, uma empresa de pagamentos que tem estado envolvida num escândalo contabilístico, avança o Financial Times (FT). Em bolsa, os ganhos da cotada germânica já ultrapassaram os 10%.
O banco japonês irá comprar obrigações a cinco anos da Wirecard, as quais serão convertidas numa participação acionista de 5,6% na empresa alemã. Tendo em conta os números da operação, as ações da visada ficam avaliadas em 130 euros.
A Wirecard segue a somar 8,42% nos mercados, superando o preço entregue pelo Softbank e cotando nos 133,90 euros. Durante a sessão os títulos chegaram a subir aos 136,45 euros, na sequência de uma subida de 10,49%. Este "salto" colocou a empresa a cotar num máximo de fevereiro de 2019. No acumulado do ano, os ganhos da empresa são apenas de 0,75%, contando com uma capitalização bolsista de 16,5 mil milhões. 
O Softbank confirmou a operação, embora se tenha escusado a tecer comentários. Os acionistas da Wirecard terão de dar o seu aval, uma decisão marcada para a reunião anual de dia 18 de junho.
A polémica Wirecard
A fintech alemã Wirecard, que se tem afirmado no mercado germânico dada a crescente dimensão e peso no principal índice, tem sido alvo de suspeitas de crime, o que tem afetado as cotações e motivado apostas na queda das ações. Esta fintech tem estado sob os holofotes na sequência de vários artigos do Financial Times que apontam para uma fraude na unidade de Singapura. A empresa tem negado as acusações e até já processou o FT.
Para travar a volatilidade, o regulador dos mercados alemão adotou uma medida inédita e proibiu a aposta na queda desta cotada.
Esta fintech tem-se afirmado no mundo financeiro, tendo duplicado os lucros nos dois anos que terminaram em 2018, após a aquisição de 18 outras empresas nos últimos anos. No passado mês de setembro, a Wirecard substituiu o Commerzbank AG no grupo das trinta cotadas do principal índice alemão, o DAX. Negoceia desta forma a par de gigantes como a Volkswagen, Siemens e o Deutsche Bank.