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O verdadeiro "senhor dos anéis"? Oura Health atinge 11 mil milhões em valorização
28/09/2025 16:00

A <b>Oura Health</b>, fabricante do popular <b>Oura Ring</b>, acaba de entrar no clube das empresas de tecnologia <b>avaliadas na casa dos 11 mil milhões de dólares (cerca de 9,4 mil milhões de euros ao câmbio atual)</b>. A marca foi atingida após a conclusão de uma <b>nova ronda de financiamento</b>, a Série E, na qual <b>levantou 875 milhões de dólares (750 milhões de euros) junto de investidores</b><b>. </b>Na prática, isso significa que o valor total da empresa, medido pelo preço que os investidores estão dispostos a pagar por uma fatia do seu capital, <b>duplicou em menos de um ano</b>. Em novembro de 2024, na Série D, a Oura tinha sido avaliada em <b>cerca de 5,2 mil milhões</b>. A ascensão meteórica reflete não apenas a procura crescente pelos seus dispositivos, mas também a confiança de investidores de que os <b>anéis inteligentes podem vir a ser um dos segmentos de referência nas tecnologias de saúde</b>.De acordo com a <a href="https://www.bloomberg.com/news/articles/2025-09-22/oura-ring-maker-to-become-11-billion-company-with-latest-raise" target="_blank" rel="tag">Bloomberg</a>, em paralelo, a Oura assegurou uma <b>linha de crédito rotativa de 250 milhões de dólares </b>com um consórcio de grandes bancos, incluindo o <b>Bank of America, JPMorgan, Goldman Sachs e Citigroup</b>, reforçando as bases financeiras para acelerar a expansão. Fundada em 2013 na cidade de Oulu, a 100 quilómetros do Círculo Polar Ártico, a Oura começou de forma modesta, recorrendo ao "crowdfunding" para lançar o primeiro modelo do anel inteligente. Atualmente, é um "<b>unicórnio" improvável</b>, que conquistou espaço num <b><a href="https://www.jornaldenegocios.pt/empresas/tecnologias/detalhe/portugueses-entre-os-europeus-mais-adeptos-dos-wearables" target="_blank" rel="tag">mercado tradicionalmente dominado por "smartwatches"</a>.</b>Segundo dados da própria empresa, já foram vendidas <b>5,5 milhões de unidades do Oura Ring desde 2015</b>, das quais <b>3 milhões apenas no último ano</b>. O resultado foi um salto nas receitas: <b>500 milhões de dólares em 2024</b>, com projeções de<b> mil milhões em 2025</b> e <b>1,5 mil milhões em 2026</b>. "O crescimento da Oura tem sido como um foguetão. Nunca tive um trimestre tão forte em toda a minha carreira", afirmou o presidente executivo, Tom Hale, em entrevista à Bloomberg. Com mais de 30 anos de experiência no setor, o gestor sublinha que a <b>empresa vive o melhor momento da sua história</b>.Um dos fatores diferenciadores do Oura Ring é o <b>modelo de subscrição associado ao hardware</b>. O dispositivo custa cerca de 399 euros, mas o acesso total à aplicação requer o pagamento de uma subscrição de 5,99 euros por mês. Atualmente, <b>cerca de 20% da faturação já provém de subscrições</b>. O anel também oferece uma vantagem técnica: o sensor colocado no dedo está mais próximo de uma artéria, recolhendo <b>dados biométricos mais fiáveis do que os registados por dispositivos no pulso</b>. Essa precisão, aliada à possibilidade de<b> monitorização contínua durante o sono</b>, tornou-o popular não apenas entre entusiastas de fitness, mas também entre executivos de tecnologia, celebridades e, mais recentemente, consumidores comuns. Atualmente, o Oura Ring já marca presença em <b>quatro mil pontos de venda no mundo</b>, com destaque para mercados estratégicos como <b>Japão</b> e <b>Alemanha</b>. O maior cliente institucional é o <b>Departamento de Defesa dos Estados Unidos</b>, que distribuiu dezenas de milhares de unidades a militares para rastrear a fadiga, embora o CEO ressalve que esse contrato representa uma <b>pequena fração das receitas globais</b>.O crescimento da Oura não passou despercebido no mundo tecnológico. A <b><a href="https://www.jornaldenegocios.pt/empresas/tecnologias/detalhe/dias-atribulados-na-samsung-o-que-se-passa-com-o-gigante-sul-coreano" target="_blank" rel="tag">Samsung</a></b> lançou o Galaxy Ring em 2024, embora com receção morna, e "startups" como a indiana <b>Ultrahuman</b> e a francesa <b>Circular</b> <b>têm procurado espaço no mesmo nicho</b>. Ainda assim, a Oura mantém-se como líder de mercado e continua a expandir a sua base de utilizadores. Para o futuro, Hale confirma que a empresa está a caminhar para <b>atualizações anuais de hardware</b>, mantendo o anel como produto central. A Oura já firmou uma parceria com a Dexcom para <b>integrar dados de glicemia na aplicação</b> e não descarta novas formas de produto, mas garante que a <b>estratégia permanecerá fiel ao formato de anel</b>.Apesar da valorização recorde, a Oura <b>não tem planos imediatos para abrir capital em bolsa</b>. "Há vantagens reais em ser uma empresa privada. Não quero dizer que nunca iremos a público, mas também não digo que vamos fazê-lo", afirmou Hale. O CEO cita exemplos como <b><a href="https://www.jornaldenegocios.pt/empresas/telecomunicacoes/detalhe/spacex-de-musk-compra-licencas-de-telecomunicacoes-a-echostar-por-17-mil-milhoes-de-dolares" target="_blank" rel="tag">SpaceX</a></b> e <b>Stripe</b>, que cresceram mantendo-se privadas, como inspiração. De fora da órbita americana de Silicon Valley e nascida em plena Finlândia, a Oura tornou-se um caso raro: uma empresa de "wearables" que não só sobreviveu, como prosperou num mercado competitivo. Agora, com 11 mil milhões de dólares de avaliação, o "senhor dos anéis" do universo dos dispositivos de saúde tem meios reforçados para continuar a conquistar novos utilizadores e investidores.