O que significaria o bloqueio do Estreito de Ormuz?
22/06/2025 22:00
Os ataques dos EUA a várias instalações nucleares iranianas representam uma escalada significativa do conflito no Médio Oriente, que pode levar Teerão a interromper as exportações vitais de petróleo e gás da região. A decisão arrisca provocar um aumento nos preços da energia, mas a história mostra que qualquer interrupção provavelmente seria de curta duração.Os investidores e os mercados de energia estão em alerta máximo desde que Israel lançou uma onda de ataques aéreos surpresa ao Irão a 13 de junho, temendo que a interrupção do fluxo de petróleo e gás do Médio Oriente, particularmente através do Estreito de Ormuz, por onde passa cerca de 20% das duas matérias-primas. Em resultado os preços do Brent subiram 10%, para mais de 77 dólares por barril.Embora Israel e o Irão tenham atacado infraestrutura energética um do outro, até agora não houve nenhuma interrupção significativa nas atividades marítimas na região. Mas a decisão do Presidente Donald Trump de se juntar a Israel e bombardear três das principais instalações nucleares iranianas na madrugada de domingo pode mudar o cenário, especialmente se usar o Estreito de Ormuz para retaliar.A primeira questão é se o pode fazer. Não só poderia, como não seria a primeira vez. Segundo a Reuters, o Irão poderia tentar colocar minas em todo o estreito, que tem 55 quilómetros de largura no ponto mais apertado. O exército do país ou a Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC) também poderia tentar atacar ou apreender navios no Golfo, um método que usaram em várias ocasiões nos últimos anos.Durante a guerra entre o Irão e o Iraque na década de 1980, os dois lados envolveram-se nas chamadas "guerras de petroleiros" no Golfo. O Iraque atacou navios iranianos e o Irão atacou navios comerciais, incluindo petroleiros sauditas e kuwaitianos e até navios da marinha dos EUA.Na sequência de apelos do Kuwait, o então presidente dos EUA, Ronald Reagan, destacou a marinha entre 1987 e 1988 para proteger os comboios de petroleiros, numa operação conhecida como Operação Earnest Will. Esta terminou pouco depois de um navio da marinha dos EUA ter abatido o voo 655 da Air Iran, matando todos os 290 passageiros a bordo.Já no final de 2007, as tensões voltaram a agravar na região, quando lanchas iranianas se aproximaram de navios de guerra norte-americanos, mas acabou por não haver tiros. E em abril de 2023, tropas iranianas apreenderam o petroleiro Advantage Sweet, fretado pela Chevron, no Golfo de Omã. O navio foi libertado mais de um ano depois.A interrupção do tráfego marítimo pelo estreito não é, portanto, algo sem precedentes, mas qualquer tentativa provavelmente seria recebida com uma resposta rápida da marinha dos EUA, limitando a probabilidade de um choque persistente no abastecimento. Ainda assim, teria impactos, a começar pela ameaça à segurança energética.A Europa importa petróleo e gás natural liquefeito (GNL) dos países do Golfo, Arábia Saudita, Catar e Emirados Árabes Unidos, grande parte do qual passa pelo estreito. Se o Irão o bloquear, os preços globais do petróleo disparariam e a Europa poderia enfrentar escassez de energia, especialmente em países dependentes do Médio Oriente.Um aumento repentino do preço do petróleo aumentaria a inflação - colocando em causa os objetivos dos bancos centrais - e perturbaria as indústrias em toda a Europa. Os setores da indústria transformadora, dos transportes e da agricultura ficariam especialmente vulneráveis. As reações do mercado e a volatilidade nas bolsas de valores europeias poderiam ser um efeito em cadeia.Além dos impactos mais imediatos relacionados com o valor das matérias-primas energéticas nos mercados internacionais, a Euronews aponta ainda outras duas consequências: uma escalada militar e interrupções no transporte marítimo e no comércio.É que, além do petróleo, o estreito é uma rota fundamental para o transporte marítimo global. A interrupção poderia atrasar as importações europeias de matérias-primas, eletrónica e bens de consumo, afetando as cadeias de abastecimento. Os prémios de seguro para o transporte marítimo poderiam disparar, aumentando os custos para as empresas e os consumidores europeus.Um bloqueio poderia ainda desencadear confrontos militares envolvendo os EUA, as marinhas da União Europeia e os Estados do Golfo, arriscando uma guerra regional mais alargada. A Europa poderia ser arrastada para o conflito por meio de obrigações ou alianças da NATO, especialmente no caso de países como França ou Reino Unido, que mantêm presença naval na região.O Estreito de Ormuz é apenas uma das formas através das quais o Irão pode retaliar os ataques norte-americanos. Os EUA têm dezenas de milhares de soldados estacionados na região, incluindo bases permanentes no Kuwait, Bahrein, Catar e Emirados Árabes Unidos, países árabes do Golfo Pérsico do outro lado do Golfo Pérsico pelo que atacar bases e aliados dos EUA na região pode ser uma hipótese, tal como ativar os seus próprios aliados, incluindo a rede de grupos armados conhecida como o Eixo da Resistência do Irão.Por último, segundo a AP, uma corrida às armas nucleares é também um cenário possível. Segundo os especialistas ouvidos pela agência, os ataques conjuntos dos EUA e de Israel apenas estarão a atrasar a capacidade nuclear do país de desenvolver uma arma dado que o programa iraniano estará disperso por todo o país, em várias instalações, incluindo subterrâneas. Apesar de o país não o reconhecer, Israel é amplamente considerado o único país com armas nucleares no Médio Oriente.
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