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"Passado do BPCE dá-nos garantias" no apoio do Novo Banco às empresas
15/06/2025 18:25
Surpreendido com a venda do Novo Banco aos franceses do BPCE, o presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP) manifesta, ainda assim, confiança que a instituição financeira cumpra o seu papel de dar crédito às empresas.O BPCE é um colosso do sistema financeiro francês. Portanto, do ponto de vista da capacidade, não há nada a dizer. Manifesto a minha surpresa porque não era, até há bem pouco tempo, o cenário que estava em cima da mesa. Não era a solução que estava a ser engendrada. Não é indiferente uma solução ou outra. A Confederação Empresarial de Portugal, que representa 150 mil empresas, tem sempre dito que nós precisamos de uma banca forte. E hoje, se bem que o capital não tem pátria, sabemos que os bancos têm. E é importante que os bancos tenham a maior capacidade possível de fazer força - para não utilizar a palavra sinergia, que é uma palavra gasta - no mesmo sentido que as empresas.Banca nacional forte. O capital pode não ser, mas os bancos têm de ter as suas próprias estratégias e eu gostaria muito, e gostava, que a banca que tem como estratégia o apoio às empresas nacionais, que está presente no território nacional e que visa apoiar os negócios das empresas nacionais, que essa estratégia fosse reforçada.Nós temos em Portugal bancos estrangeiros fortes. Eu acredito que para uma economia forte precisamos de bancos fortes, coligados com as empresas nacionais. Não é apenas com o sentido de negócio hipotecário, imobiliário, de retalho. Eu gostava que fosse uma estratégia reforçada de apoio às empresas.O que não gostaríamos era que essa presença diminuísse. Pelo contrário, nós gostaríamos que aumentasse, porque achamos que há um dínamo para ser ainda maior. Desconheço qual é a estratégia do banco que está a adquirir 100% [do Novo Banco], que também era um cenário que não estava, até há bem pouco tempo, em cima da mesa. Tudo isto é surpreendente.A Caixa tem criado mecanismos fortes para reforçar o apoio às empresas. Teria, seguramente, mais capacidade de o fazer se liderasse um processo de aquisição do Novo Banco. Seria maior, com mais capacidade, com mais envergadura, com mais presença no território, com mais conhecimento das empresas. Não estou preocupado porque conheço bem o banco francês, e sei que tem uma presença forte junto das empresas em França. Tem uma forte presença no mercado, que não é um mercado tradicional, doméstico, de crédito à habitação. Não estou a diabolizar o crédito à habitação, o que estou a dizer é que, enquanto negócio, a banca, para nós empresas, não é naturalmente o "core" em que mais gostaríamos que a banca se concentrasse. O passado do banco francês dá-nos algumas garantias.A melhor solução seria portuguesa, liderada pela Caixa ou pelo BCP. Os espanhóis já têm uma presença forte no mercado e, portanto, alargarmos a outras origens, não vejo isso como negativo.
