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A história das peças falsas do "Voo Cego" que a TAP denunciou
21/05/2025 19:40

Decorria o ano de 2023 e os engenheiros da TAP Maintenance & Engineering estavam no seu "escritório" a reparar motores quando se depararam com um problema sério. Era um trabalho de rotina num motor CFM56, mas foi o suficiente para fazer disparar os alarmes num caso que levou à, sabe-se agora, "Operação Voo Cego", denunciada pela TAP.

O alerta foi dado por causa de um amortecedor utilizado para reduzir a vibração de um motor de avião que apresentava sinais de desgaste. No entanto, a documentação que acompanhava a peça identificava-a como recém-saída da linha de produção, o que contradizia o seu aspeto. 

A companhia portuguesa, sabe-se agora, apresentou uma queixa à Safran, empresa francesa que fabrica estes motores, em conjunto com a General Electric. A empresa determinou, de forma célere, que a documentação tinha sido falsificada, depois de conferir que a assinatura não era de nenhum funcionário da empresa e que os números de referência e encomenda não correspondiam.

Segundo a Bloomberg, as fabricantes descobriram mais de 90 documentos falsificados até outubro desse mesmo ano. As peças falsas foram encontradas em cerca de 126 motores e chegou-se a um ponto comum: ao distribuidor londrino AOG Technics.

126Motores
As empresas envolvidas na investigação identificaram as peças falsificadas em cerca de 126 motores de várias companhias aéreas. 

A Agência Europeia para a Segurança da Aviação alertou para a existência da investigação à empresa com sede em Londres, nomeadamente sobre as peças falsificadas, salientando que centenas de aeronaves tinham sido verificadas. No fim de 2023, e depois da empresa negar qualquer envolvimento, o fundador da empresa, José Alejandro Zamora Yrala, foi detido na sua habitação e foram apreendidos vários materiais, onde se suspeita que estejam documentos a comprovar a sua participação no caso.

Aquando do alerta, a TAP assegurou à Lusa que imobilizou os motores em causa e substituiu as peças identificadas. "Assim que foi informada da situação", imobilizou os motores que tinham peças do fornecedor em causa e substituiu-as. "Não há nenhum motor de avião da TAP que voe com peças fornecidas pela entidade em causa", garantiu a empresa em setembro de 2023.

A descoberta, feita nos hangares de manutenção da TAP, em Lisboa, revelaram um dos maiores esquemas fraudulentos do setor aeronáutico, deixando várias companhias e fabricantes a verificar a possibilidade de terem sido apanhados na tempestade. No ano seguinte, em 2024, surgiram notícias de que estas partes falsificadas passaram despercebidas durante vários anos. Contudo, nesses anos, nunca terá sido reportada uma aterragem de emergência por mau funcionamento do motor.

Em 2023, contabilizavam-se mais de 22 mil unidades do motor CFM56 em serviço, sendo principalmente utilizadas em Airbus A320, modelo que a TAP utiliza, e em Boeing 737. Estes motores encontravam-se espalhados por várias frotas mundiais, com a TAP, Ryanair, Delta Air Lines, United Airlines, Air China e easyJet a serem clientes. 

22unidades
Foram contabilizadas mais de 22 mil unidades do motor CFM56 em serviço aquando da descoberta do tema. O Airbus A320 e o Boeing 737 são os principais utilizadores.

Suspeita-se que o esquema terá começado com a venda de peças reaproveitadas, que eram apresentadas como novas e com a documentação a comprová-lo. A empresa londrina terá lucrado milhões ao aplicar este esquema aos fornecedores, oficinas e posteriormente aos clientes finais. 

A AOG Technics terá aproveitado uma lacuna no sistema regulatório de aviação, uma vez que existem intermediários que ajudam a circular peças mediante as necessidades das companhias aéreas e fabricantes, e cujo setor foge de uma regulação mais apertada.

Posteriormente, os distribuidores de peças para o setor da aviação aumentaram a supervisão e o controlo dos negócios, de forma a impedir vendas de peças falsificadas ou em fim de vida como sendo novas.

Sabe-se que um dos três detidos da operação em Portugal foi um funcionário da TAP cuja responsabilidade assenta na compra de peças. Os outros dois detidos serão os empresários responsáveis pela falsificação dos certificados das peças reaproveitadas

Em comunicado, a PJ indica que existem suspeitas de "crimes de burla qualificada, falsificação de documentos, administração danosa, atentado à segurança de transporte por ar, branqueamento, corrupção passiva, corrupção com prejuízo do comércio internacional e fraude fiscal qualificada".

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