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Emissões sobem na UE apesar de crescimento económico moderado
16/05/2025 18:21
As emissões de gases com efeito de estufa na União Europeia (UE) aumentaram 2,2% no quarto trimestre de 2024 face ao mesmo período do ano anterior, totalizando cerca de 897 milhões de toneladas de CO2 equivalente. O crescimento coincide com uma expansão de 1,5% do PIB da região, de acordo com os dados divulgados pelo Eurostat.
As estimativas trimestrais agora publicadas fazem parte de um esforço do Eurostat para acompanhar de forma mais precisa e frequente a evolução das emissões poluentes associadas à atividade económica. Estas estatísticas pretendem complementar os dados socioeconómicos tradicionais, como o PIB ou o emprego, permitindo uma leitura mais integrada da sustentabilidade do crescimento europeu.
Entre os setores económicos analisados, os maiores contributos para o aumento das emissões vieram das famílias e do fornecimento de energia. "Os dois setores económicos responsáveis pelos maiores aumentos entre os trimestres foram os agregados familiares (+5,2%) e o fornecimento de eletricidade, gás, vapor e ar condicionado (+4,6%)", indica o comunicado.
No entanto, nem todos os Estados-membros seguiram esta tendência de subida. Seis países da UE registaram uma redução nas suas emissões face ao mesmo trimestre do ano anterior. "As maiores reduções de gases com efeito de estufa foram estimadas para a Estónia (-11,3%), Finlândia (-6,1%) e Suécia (-2,3%)", aponta o Eurostat.
Entre os seis países com quedas nas emissões, quatro — Estónia, Finlândia, Suécia e Luxemburgo — conseguiram ao mesmo tempo fazer crescer as suas economias. "Dos seis países da UE, dois também registaram uma diminuição do seu PIB (Letónia e Áustria). Os outros quatro países da UE (Estónia, Finlândia, Suécia e Luxemburgo) foram estimados como tendo diminuído as emissões enquanto faziam crescer o seu PIB", sublinha o relatório.
Estes resultados são particularmente relevantes no atual contexto de transição energética e de combate às alterações climáticas, em que a meta de alcançar a neutralidade carbónica até 2050 exige uma redução sustentada das emissões, mesmo com crescimento económico.
O Eurostat alerta ainda que estas estimativas trimestrais são complementares às contas anuais de emissões de gases com efeito de estufa compiladas pela Agência Europeia do Ambiente (EEA) e têm como objetivo oferecer uma visão mais detalhada da dinâmica ambiental da economia europeia. A desagregação por setor permite também perceber onde estão concentradas as maiores pressões ambientais e orientar políticas públicas.
