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Longe do "ruído" da bitcoin, o que atrai empresários é a web3
09/05/2025 10:00

O tema são criptoativos, mas Tiago Sanches chegou à edição do CODA deste ano com um objetivo: aprofundar conhecimentos sobre a tecnologia "blockchain" para continuar a desenvolver o seu próprio projeto. Chama-lhe CaskBlock, e com recurso às ferramentas da Web3, o empresário criou um "marketplace" para destilarias venderem barris de whisky - um "ativo de investimento utilizado em todo o mundo", como explica ao Negócios. Quer aumentar a confiança e a transparência, tornando cada transação imutável e pondo de lado o que diz serem "entraves tradicionais", como transferências bancárias.

O projeto de Tiago Sanches faz parte de uma grande lista de ideias que invadiu as instalações da Porto Business School, onde se realizou a segunda edição do CODA – uma conferência de ativos digitais, que, este ano, decidiu olhar para o futuro do setor. Durante dois dias, dezenas de oradores encheram um dos auditórios da universidade para discutir regulação, os obstáculos e as oportunidades que estão no horizonte desta indústria.

Se nos painéis, o tema forte era o setor cripto, fora deles há mais vida. Por entre os corredores e áreas de lazer da universidade, participantes e oradores partilharam opiniões e apresentaram projetos entre si – a verdadeira génese deste tipo de eventos de menor magnitude, como relata Roel Wolfert. "Estas conferências mais pequenas abrem portas a maiores interações, a conexões mais humanas", descreve o "managing partner" da Remaginate, uma empresa que ajuda outras companhias a reposicionar o seu negócio.

Portugal tem uma série de empresas de ‘blockchain’. Tornou-se um ‘hub’ há uns anos.
Hugo magalhães
Organizador do CODA

"Espero que as conversas que vou tendo com os restantes participantes desencadeiem novas ideias e formas diferentes de fazer negócios", completa Wolfert, que foi também orador. Já o tinha sido na primeira edição e a sua apresentação não deixou Orlando Rocha, também ele empresário, indiferente. Dono de uma empresa de software, Orlando explica que retirou inspiração das palavras de Wolfert para desenvolver uma ideia que, na altura, tinha em mãos há pouco mais de meio ano.

Os dois empresários reencontram-se agora e o projeto de Orlando Rocha (que se chama Koltena e está também assente numa rede "blockchain") já não está em fase embrionária. Ganhou asas e é agora uma plataforma que permite a "tokenização" de equipas de jogos online, para que seja possível distribuir uma parte por cada membro e a quem quiser investir nas mesmas.

Um "espaço de conexão" entre curiosos e entusiastas

O negócio não teria sido possível – ou, pelo menos, não se teria afirmado da mesma forma – sem a interligação da experiência de Roel Wolfert e a proatividade de Orlando Rocha. Criar este "espaço de conexão para um mundo heterogéneo" é mesmo uma das missões desta conferência, como explica o organizador Hugo Magalhães.

"O objetivo é sempre falar sobre tecnologia e negócios", continua, de forma a retirar o que diz ser o ruído à volta do setor dos ativos digitais, "muitas vezes focados apenas na bitcoin e na movimentação dos preços". Apesar de a conferência ter sido criada para ligar integrantes da indústria tecnológica, Hugo Magalhães admite que viu surgir "muito interesse de pessoas apenas curiosas e que não conheciam muito" o setor. "O que queremos é que as pessoas se juntem, mesmo de áreas diferentes, para conectarem e poderem partilhar conhecimento, criando algo diferente", conclui.

Essa conexão tem sido cada vez maior no Porto. O israelita Adi Ben-Ari, CEO da Applied Blockchain, pisou território portuense pela primeira vez há duas décadas e a conexão, diz, foi instantânea. Inaugurou um escritório da sua empresa na Invicta em 2018 e, desde aí, o Porto cresceu como a segunda casa da Applied Blockchain. Com vista privilegiada sobre o setor português, Adi Ben-Ari rejeita a ideia de que o pequeno número de oradores nacionais no CODA revele falta de desenvolvimento da indústria Web3 em Portugal.

Mais do que resistência dos setores tradicionais, existe um ‘gap’ no conhecimento.
Diego Borgo
Consultor de web3

"Portugal tem uma série de empresas de ‘blockchain’. O país tornou-se um ‘hub’ há uns anos, na época do covid, mas está é uma indústria global. Existem muitas pessoas a andarem de um lado para o outro", explica o organizador, que, no entanto, não tem dúvidas: "a audiência [do evento] é mais local do que internacional".

E assim se pôde confirmar nas instalações da Porto Bussiness School. Apesar do grande peso de participantes internacionais, a maioria das pessoas falava português – um sinal de que o setor nacional está mais aberto à utilização das ferramentas da Web3 nos seus negócios. Porém, para Diego Borgo, que conta no seu portefólio com colaborações com uma série de empresas da Fortune 500, a falta de conhecimento continua a ser o grande entrave destas novas ferramentas no setor a nível nacional.

"Mais do que resistência dos setores tradicionais, existe um 'gap' no conhecimento", diz Borgo ao Negócios, antes de subir ao palco. O especialista em tecnologia descentralizada explica que a Web3 tem ganhado fãs por todo o mundo, mas continua com um problema de imagem e de comunicação. "Temos de perceber que, neste momento, não estamos a construir para as massas, mas sim para quem está dentro da bolha. E temos de arranjar forma de trazer as empresas para dentro desta bolha".

Hugo Magalhães e Adi Ben-Ari são os organizadores do evento.

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