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Autoeuropa com pior arranque de ano desde crise dos chips
21/04/2025 08:40

A produção automóvel nacional recuou 15% no primeiro trimestre deste ano, para 81.246 veículos, face às mais de 95 mil unidades produzidas nos primeiros três meses do ano passado, que constituíram o melhor arranque de ano de sempre.

A quebra verificada este ano deve-se quase na totalidade à Volkswagen Autoeuropa, a maior fábrica nacional e que representa habitualmente cerca de 75% da produção portuguesa. Este trimestre o peso da fábrica de Palmela encolheu para 67,9%. Da Autoeuropa saíram 55.126 T-Roc, menos 16.286 unidades do que um ano antes.

A fábrica de Palmela registou o pior início de ano desde 2022, quando chegou ao final de março com pouco menos de 46 mil automóveis produzidos. Esse valor decorreu da escassez de chips após as perturbações causadas pela pandemia da covid-19, que levou a Autoeuropa a reduzir drasticamente a produção do T-Roc: em vez de 15 unidades do SUV compacto produzidas por cada viatura do modelo Sharan, a fábrica passou a um rácio de um T-Roc por cada Sharan.

Este é o segundo pior arranque de ano do "porta-aviões" da indústria automóvel nacional desde 2018, ficando mesmo abaixo dos 56,6 mil veículos produzidos no primeiro trimestre de 2020, o ano da pandemia, em que a fábrica suspendeu a produção nos últimos dias de março.

O desempenho mais fraco da Autoeuropa ocorre no mesmo trimestre em que a fábrica de Palmela conseguiu uma importante vitória ao ser a localização escolhida para a produção do citadino elétrico da Volkswagen, o ID.1.

Stellantis de Mangualde brilha

A quebra na produção nacional foi aligeirada graças ao melhor arranque de ano de sempre da Stellantis de Mangualde, que representou 28,9% do volume produzido nos primeiros três meses deste ano.

A fábrica beirã viu saírem das suas linhas de produção um total de 23.508 veículos, uma subida homóloga de 15,9%, superando os números de 2023, quando tinha alcançado as 23.010 unidades.

As versões totalmente elétricas dos modelos produzidos em Mangualde continuam a ter uma expressão residual, com apenas 51 veículos elétricos produzidos em março (0,6% do total da fábrica) e 573 no trimestre (2,44%).

No que respeita às restantes fábricas portuguesas, a Mitsubishi Fuso Truck, no Tramagal, viu a produção encolher 42,5%, para 1.849 viaturas, enquanto a Toyota Caetano disparou o volume em 34,3%, para 748 veículos. A CaetanoBus fechou os primeiros três meses do ano com uma subida de 25%, para 15 unidades.