O presidente chinês, Xi Jinping, promoveu a ideia de uma "família asiática" e pediu união regional durante uma viagem ao Sudeste Asiático, num aparente esforço para conter a pressão dos Estados Unidos sobre as nações para que limitem os laços comerciais com Pequim.
Xi desembarcou em Phnom Penh na quinta-feira, dando início à última etapa da sua viagem por três países, enquanto a Administração de Donald Trump se prepara para procurar a cooperação de parceiros comerciais no cerco a Pequim. O líder chinês enfatizou a solidariedade num discurso num jantar de Estado na Malásia no dia anterior, quando as duas nações assinaram acordos abrangentes, um sinal do aprofundamento dos laços económicos.
"A China e a Malásia apoiarão os países da região para combater as correntes ocultas do confronto geopolítico e baseado em blocos", disse Xi em Putrajaya, capital administrativa da Malásia. "Juntos, salvaguardaremos as brilhantes perspetivas da nossa família asiática."
Esse impulso diplomático foi reforçado por uma declaração conjunta divulgada na quinta-feira, na qual China e Malásia concordaram em fortalecer a colaboração nas áreas da indústria, cadeias de abastecimento, dados e talentos. Comprometeram-se a implementar seu Programa Quinquenal de Cooperação Económica e Comercial e a construir uma "comunidade estratégica de alto nível entre a Malásia e a China".
"A China e a Malásia estarão ao lado dos países da região para combater as correntes ocultas de confronto geopolítico e baseado em blocos", disse Xi na capital administrativa da Malásia, Putrajaya. "Juntos, salvaguardaremos as brilhantes perspetivas da nossa família asiática."
O esforço diplomático foi reforçado por um comunicado conjunto divulgado na quinta-feira, no qual a China e a Malásia concordaram em aprimorar a colaboração nas áreas de indústria, cadeias de suprimentos, dados e talentos. Os países comprometeram-se a implementar seu Programa Quinquenal de Cooperação Económica e Comercial e a construir uma "comunidade estratégica de alto nível Malásia-China".
Noutra crítica velada aos EUA, o líder chinês reiterou o seu apelo ao combate ao unilateralismo num artigo publicado na quinta-feira na comunicação social cambojana, antes da sua chegada à capital.
"Juntos, devemos opor-nos à hegemonia e à política de poder", escreveu, acrescentando que os dois vizinhos devem opor-se resolutamente a quaisquer tentativas de forças externas de interferir em nossos assuntos internos e semear a discórdia."
Os comentários de Xi foram feitos num momento em que Pequim enfrenta uma guerra comercial crescente com os EUA. A Bloomberg News informou que Washington está se preparando para pedir aos países que tomem medidas para limitar o poderio industrial da China, incluindo a imposição das chamadas tarifas secundárias sobre produtos chineses, em troca de concessões tarifárias.
Tanto a China quanto os EUA parecem estar se mantendo firmes depois que Trump elevou as tarifas sobre produtos chineses para até 145%, e Pequim retaliou com tarifas de cerca de 125% sobre as importações dos EUA.
Xi fez do Sudeste Asiático o destino da sua primeira viagem internacional do ano, numa tentativa de impedir que os países fechem acordos com os EUA às custas da sua nação.
Apesar de um adiamento de 90 dias, as ameaças de Trump de aumentos tarifários drásticos forçaram muitos governos da região a trilhar uma linha ténue entre as duas potências.
Numa demonstração do sucesso diplomático inicial de Xi, o Ministério das Relações Exteriores da China publicou uma nota sugerindo que ele conta com total apoio da Malásia. O primeiro-ministro Anwar Ibrahim elogiou Xi como um "líder extraordinário" e expressou oposição à independência de Taiwan, a democracia autónoma reivindicada por Pequim.
Anwar também afirmou que os membros da Associação das Nações do Sudeste Asiático "não apoiarão tarifas comerciais unilaterais", já que o seu país ocupa a presidência rotativa do bloco, de acordo com o comunicado chinês.
A viagem regional de Xi começou no Vietname na segunda-feira, quando líderes vietnamitas deram calorosas boas-vindas e assinaram 45 acordos para fortalecer os laços económicos.
Hanói divulgou um comunicado conjunto afirmando que os dois lados "se opõem ao unilateralismo" e a quaisquer ações que coloquem em risco a paz e a estabilidade regionais — mantendo, em grande parte, a linguagem usada no passado.