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Metro de Lisboa só recebeu 10% do PRR, IP já chega a metade
25/03/2025 09:30

O Metropolitano de Lisboa recebeu até agora apenas 10% dos cerca de 748 milhões de euros de financiamento que viu aprovado no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), sendo, entre os beneficiários deste instrumento com pagamentos superiores a um milhão de euros, o que regista a menor percentagem paga, que equivale a 75,3 milhões de euros, de acordo com um ponto da situação, divulgado pela Infraestruturas de Portugal (IP) no seu site, aos beneficiários diretos e finais do PRR.

O Metro da capital teve dois grandes projetos aprovados no quadro deste plano, mas que enfrentaram dificuldades. No caso da expansão da linha vermelha entre São Sebastião e Alcântara, adjudicada no final de 2023 ao consórcio da Mota-Engil por 322 milhões, só há menos de um mês é que foi obtido o parecer favorável condicionado da Agência Portuguesa do Ambiente (APA). Já a construção do metro ligeiro de superfície entre Odivelas e Loures acabou por ser retirado desta fonte de financiamento devido aos atrasos provocados pelo facto de o primeiro concurso para esta obra ter ficado deserto.

Na lista dos grandes beneficiários do PRR, a Infraestruturas de Portugal, que tem aprovado um financiamento de 512 milhões de euros, recebeu até ao momento 49% desse valor, sendo agora a entidade com o segundo maior volume de apoios recebidos, no total de 251,4 milhões de euros. A IP viu aprovados um total de 27 projetos rodoviários, dos quais 25 já foram lançados e, destes, sete estão mesmo concluídos. Já na área ferroviária, o contrato para a empreitada de conceção\construção foi já assinado. Em termos de valor dos apoios recebidos até este momento, a IP é apenas ultrapassada pelo Banco Português de Fomento, ao qual já foram pagos 264 milhões de euros, 98% dos 270 milhões aprovados.

Já a Metro do Porto, que adjudicou a construção da linha Rubi - que inclui uma nova ponte sobre o Douro - ao consórcio da FCC, Alberto Couto Alves e Contratas y Ventas por 379,5 milhões de euros, recebeu até agora 115,5 milhões de euros do PRR, ou seja, foram-lhe pagos 28% dos cerca de 418 milhões do financiamento total aprovado.

Por seu lado, o Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IRHU), que na lista de beneficiários divulgada é o que tem o maior valor aprovado de verbas do PRR, de 756 milhões de euros, recebeu até ao momento 20%, ou seja, cerca de 150 milhões, tendo assim a segunda menor taxa de execução depois do Metro de Lisboa.  

Já da lista destes beneficiários do PRR com as mais altas percentagens de pagamentos está a Secretaria-Geral da Educação e Ciência (que recebeu 100% dos 228 milhões aprovados), a Marinha (com uma execução de 93%) e o Estado-Maior da Força Aérea (a quem foi pago 86% da verba aprovada).

Pelo contrário, com as taxas de recebimento mais baixas, além do Metro de Lisboa e do IHRU, estão a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (que recebeu 22% dos 274 milhões aprovados) e o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, que recebeu 50 dos 200 milhões de euros aprovados, o que corresponde a 25%.