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Hidrogénio da Galp em Sines só arranca em 2026, quando tiver ligação à rede elétrica
25/03/2025 08:00

Com as obras a decorrer há um ano, a Galp só prevê começar a produzir hidrogénio verde em Sines, onde está a ser construído o projeto GalpH2Park, na segunda metade de 2026, confirmou ao Negócios fonte oficial da empresa. Com a decisão final de investimento anunciada no final de 2023 – na ordem dos 250 milhões de euros -, os primeiros trabalhos no terreno arrancaram no primeiro trimestre de 2024. Nessa altura, a petrolífera apontava ainda 2025 como o ano de entrada em operação para os 100 MW de eletrolisadores, meta que foi também admitida no relatório integrado, publicado em abril do ano passado.

No entanto, em dezembro, a empresa admitiu um novo horizonte temporal – com cerca de 12 meses de atraso -, que agora confirma. Quando estiver a operar, a unidade de hidrogénio verde produzirá até 15 mil toneladas deste gás renovável por ano. Fonte oficial sublinha que se trata "de um dos maiores eletrolisadores em construção em toda a Europa e será o primeiro desta ordem de grandeza na península Ibérica quando entrar em operação, previsivelmente, no segundo semestre do próximo ano".

Para isso, falta algo fundamental: linhas de alta tensão até à subestação mais próxima da REN – Redes Energéticas Nacionais, uma obra que obrigará ao abate de cerca de 100 sobreiros e demorará cerca de um ano, estando ainda em processo de avaliação ambiental e sem data para arrancar. "Esta ligação é o cordão umbilical que trará a eletricidade renovável da qual necessitamos para extrair hidrogénio verde da água", refere a mesma fonte da petrolífera.

Esta ligação é o cordão umbilical que trará a eletricidade [...] para extrair hidrogénio verde da água.Galp Energia
Fonte oficial


Entretanto, a Galp estabeleceu um acordo com a Start Campus, dona do centro de dados Sines 4.0 (que fica a apenas seis quilómetros de distância da refinaria), para a construção das linhas elétricas, com traçado entre os concelhos de Sines e Santiago do Cacém. "A Galp e a Start Campus, que têm necessidades comuns em termos de acesso a energia elétrica, entenderam que seria vantajoso sob todos os aspetos, incluindo do ponto de vista ambiental, articularem as suas necessidades numa ligação comum, em vez de multiplicarem infraestruturas", explica a mesma fonte.

Com a primeira fase do projeto já em andamento, a Start Campus vai arrancar com a construção do segundo edifício até meados deste ano, devendo este ficar concluído em 2026, a tempo da nova ligação à rede.  

A Galp e a Start Campus chegaram a um acordo para a divisão dos custos, que é privado.Start Campus
Fonte oficial



O acordo entre as duas empresas é justificado com "vantagens ambientais, técnicas e económicas". O valor do investimento não é revelado, nem a forma como vão partilhar os custos de uma infraestrutura que será partilhada, quando estiver operacional, algures no próximo ano. "Não podemos divulgar o montante, uma vez que se trata de um concurso em aberto. A Galp e a Start Campus chegaram a um acordo para a divisão dos custos, que é privado", disse ao Negócios fonte oficial da Start Campus, confirmando que a petrolífera será "responsável pela construção da componente partilhada das linhas".

Do lado da REN, a operadora da rede nacional de transporte de eletricidade explicou ao Negócios que "a responsabilidade pelo estabelecimento e encargos com a ligação à rede é dos promotores, que podem estabelecer acordos entre si".

Além de ambos consumirem muita energia, o hidrogénio verde e o armazenamento de dados em Sines contam com o selo de Projetos de Interesse Nacional (PIN), dado pelo anterior Governo socialista. Para garantir ligação à rede, tanto a Galp como a Start Campus pagaram cauções milionárias à REN, no âmbito daquele que ficou conhecido como o "diploma do bar aberto" – no contexto da operação Influencer, que fez cair o Governo de António Costa.

No final de 2023, o procedimento excecional de atribuição de capacidade de ligação à rede, aplicável a zonas de grande procura, atraiu na região 17 projetos (entre os quais um da Galp e dois da Start Campus), num total de 4,9 GW e 63 milhões de euros em cauções. Em agosto de 2024, a REN autorizou a dona do centro de dados a duplicar a sua capacidade de ligação à rede, de 495 MW para 1,2 GW. Quanto à Galp, a empresa diz que conseguiu garantir os "últimos 140 MW de ligação à rede que estavam disponíveis em Sines, tendo também já pedido mais capacidade à REN".

Os projetos em avaliação ambiental pela APA, cabendo o licenciamento à Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), incluem a execução de uma linha 150 kV, com cerca de 6,1 km de extensão, cujo dono é a Galp, e outra a 400 kV, com cerca de 7,3 km, da responsabilidade da Start Campus. O Estudo de Impacte Ambiental está em consulta pública até ao fim de abril. Depois disso, a APA "avaliará o projeto e emitirá a sua decisão", diz fonte da Start Campus.


Com um investimento estimado em 8,5 mil milhões de euros, o projeto do centro de dados prevê duas linhas de alta tensão, a 400 kV, com extensões aproximadas de 8,4 km e 7,3 km (cerca de 15,7 km no total). "Serão necessárias para a segunda fase do Sines 4.0, mas não são essenciais para a operação atual do primeiro projeto, o SIN01", remata a mesma fonte, dizendo que "o impacto nos sobreiros será limitado e está a ser desenvolvido um plano de compensação em colaboração com a Galp".

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