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Incubadora capta 6,5 milhões para inovar nas universidades portuguesas
24/03/2025 22:45

A Empowered Startups já atraiu 6,5 milhões de euros em investimento direto estrangeiro para projetos de I&D em universidades e politécnicos portugueses, ajudando a reter talento em Portugal. A incubadora prevê terminar o ano com 10 milhões angariados.

Foram já mais de 100 os empreendedores internacionais que escolheram Portugal para criar os seus projetos através da multinacional canadiana que chegou em 2019 e já está presente em universidades e politécnicos do interior.

E qual a importância de se atrair talento internacional para desenvolverem os seus projetos nas universidades lusas? "Da troca de conhecimento à transferência de tecnologia e uma injeção instantânea de investimento estrangeiro para as universidades portuguesas. As startups beneficiam Portugal de forma imediata e criam oportunidades para os estudantes e investigadores", adianta Lennon, presidente da Empowered Startups, ao Negócios, que tem como objetivo captar 50 milhões até 2027.

Numa altura em que se fala da fuga da mão de obra qualificada portuguesa, a proposta da Empowered Startups pode parecer algo confusa: empreendedores estrangeiros criarem projetos com a insígnia "Made in Portugal".

"Estes empreendedores estão a criar parte da solução para a fuga de mão de obra qualificada. Cada startup fundada através do nosso programa financia imediatamente um projeto de investigação numa universidade portuguesa, que oferece oportunidades aos estudantes para permanecerem em Portugal", explica Chris Lennon.

"Se os talentos tiverem caminhos realistas para um futuro nas comunidades em que estudam e trabalham, muitas vezes escolherão essas opções em vez de partirem. Este é um aspeto importante do nosso trabalho e mostra como podemos ajudar Portugal a reter talento e a construir um país mais coeso", defende o presidente da incubadora.

O norte-americano David Rojas é um desses exemplos. O seu projeto VinoSens, em desenvolvimento na Universidade do Algarve, visa melhorar o enoturismo e o turismo gastronómico através de novas tecnologias, nomeadamente de um sistema de recomendação com base em "machine learning".

O objetivo é ter empresas ligadas ao setor no projeto, como consórcios regionais ou locais que permitam visitas de enoturismo ou degustação. "Queremos ajudar turistas e quem está a comprar a superar o desafio, seja para novas descobertas ou para algo em específico, como um jantar. De certa forma, o VinoSens pode assemelhar-se a um sistema de recomendação como o Spotify ou Netflix". O propósito, segundo nos confessa, é espelhar este conceito em outras áreas. "O vinho é apenas o começo".