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Setor têxtil é dos mais expostos às tarifas de Trump em Portugal
21/03/2025 11:30

A elevada exposição do setor têxtil português ao mercado norte-americano torna-o particularmente vulnerável caso os Estados Unidos cumpram a ameaça de avançar com tarifas adicionais de 25% sobre todos os produtos europeus. A conclusão é de uma análise feita pelo Banco de Portugal (BdP) às exportações nacionais, que alerta para a necessidade de "adaptação" do tecido empresarial às tarifas.

Na análise divulgada esta quinta-feira com o boletim económico, o BdP calcula a percentagem de empresas de cada setor da indústria transformadora que exportam para os Estados Unidos mais de 10% do seu total de vendas, assumindo que essas têm "uma elevada exposição" ao mercado norte-americano. Na lista, destaca-se o setor de fabricação de têxteis, tendo em conta que 11,9% das empresas venderam ao parceiro do outro lado do Atlântico mais de 10% do total que exportaram em 2023.

As empresas exportadoras de produtos minerais não metálicos, onde se incluem vidro, produtos cerâmicos e cimento, apresentam também um nível de exposição muito próximo do registado no setor têxtil, com 11,5% das empresas do setor a destinarem um décimo das suas exportações aos Estados Unidos. Com percentagens também relevantes, observam-se as indústrias das bebidas (9,6%), dos equipamentos informáticos, de comunicações, eletrónicos e ótica (8,4%) e a indústria do couro e seus produtos (7,8%).

O BdP dá conta de que, entre as empresas da indústria transformadora que exportam para o mercado americano, 70% vendem até 5% do total exportado aos Estados Unidos. Mas há 4% das empresas que dependem desse destino para mais de 40% das suas vendas totais.

4%Empresas
Percentagem de empresas da indústria transformadora que vendem aos Estados Unidos mais de 40% do total que exportam.

"A efetivação de novas medidas protecionistas por parte dos EUA e o agravamento das barreiras ao comércio a nível global constitui um risco importante e exigirá uma adaptação por parte das empresas e das políticas públicas", sublinha o BdP, no boletim económico. Como os Estados Unidos são o principal parceiro de Portugal fora da UE, é esperado que um aumento das tarifas tenha impacto nas trocas comerciais nacionais.

Esse impacto dependerá de fatores como "a magnitude do aumento das taxas aduaneiras sobre cada tipo de bem e o peso destes nas exportações" para o mercado norte-americano. "A reação das empresas exportadoras, num contexto dinâmico em que se procuram novos mercados e em que existem alterações nos níveis de rendimento dos consumidores e nos preços relativos dos bens transacionados internacionalmente, determinará também o impacto das novas tarifas", diz.

O banco central nota que as empresas exportadoras podem mitigar esse impacto reduzindo os preços de venda e comprimindo, assim, a sua margem de lucro. Já as multinacionais podem deslocalizar a produção para os Estados Unidos, para fugirem às tarifas, sendo que isso pode implicar "uma alteração da estrutura de custos que pode não ser compatível com o aproveitamento das vantagens comparativas, tornando esta opção inviável".

Além dos impactos diretos das tarifas, o BdP alerta ainda que as empresas podem também ser afetadas por via indireta, "quer pelas alterações nos preços praticados pelos seus concorrentes nos vários mercados ou através de alterações nas cadeias de abastecimento e custos de produção". Esses efeitos são, todavia, "muito difíceis de avaliar".

No caso da economia portuguesa, o BdP estima que a imposição de tarifas adicionais de 25% sobre os todos os produtos europeus fará com que o país cresça menos 1,1% do que o previsto "no final de três anos". Caso as tarifas avancem ainda este ano, é esperado que a variação do PIB cresça menos 0,9 pontos percentuais e 0,4 pontos percentuais no próximo.

Atualmente, "perto de 70%" do valor dos bens exportados por Portugal para os Estados Unidos têm tarifas entre 0% e 2%, mas 6% do valor das exportações que está afetado por tarifas iguais ou superiores a 10%

Apesar de a política comercial ser comum em toda a UE, as tarifas impostas às exportações dos países europeus no mercado dos Estados Unidos variam consoante o cabaz de bens exportados e as taxas que são aplicadas aos pares país-produto. A tarifa efetiva média nas exportações portuguesas para os Estados Unidos "oscilou em torno de 4% até 2015". Após 2016, observou-se uma ligeira redução para valores próximos de 3,5%.

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