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Rendimento das famílias trava e retoma do investimento atrasa
20/03/2025 22:51

O aumento histórico no rendimento disponível no ano passado, com o contributo de uma injeção extraordinária de dois mil milhões de euros feita pelo Governo nos orçamentos das famílias a partir de setembro, já se terá dissipado e as perspetivas são agora de progressivo enfraquecimento, com perda de gás no consumo e a entrada da economia em abrandamento a partir do próximo ano.

As previsões são do Banco de Portugal, menos otimista do que o Governo nas perspetivas para o desempenho da economia em 2025, e a apontar para a redução progressiva no ritmo do PIB até 2027 devido a menores condições de sustentação para a procura interna. Por um lado, projetando arrefecimento no consumo privado. Por outro, esperando para este ano uma retoma mais lenta do investimento do que aquela que antecipava há três meses e prevendo, para o pós-Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), um cenário de estagnação na formação bruta de capital fixo.

A atualização de projeções do BdP, com o Boletim Económico de março publicado nesta quinta-feira, assume que o salto dado pela economia na reta final de 2024 (1,5% de crescimento em cadeia) beneficia, por arrastamento, o crescimento possível neste ano, admitindo agora uma variação anual do PIB de 2,3% (mais uma décima do que o esperado há três meses, mas aquém dos 2,5% agora apontados pelo Ministério das Finanças). Mas também vê a evolução como irrepetível, atribuindo-a sobretudo ao impacto da descida extraordinária de retenções na fonte, que nalguns dos meses finais do ano fez com que um grande número de contribuintes não tivesse de realizar qualquer desconto de IRS. Questionado sobre o impacto da crise política nas previsões, assumiu que não "melhora" a situação económica.

"Esse crescimento no final de 2024 teve muito que ver com o consumo privado e há uma associação muito direta entre esse crescimento do consumo privado e os estímulos orçamentais que foram dados com a redução do IRS, que foi muito concentrado nos meses de setembro e outubro. Há um claro crescimento do consumo privado que não antecipamos como sustentável", indicou Mário Centeno, o governador do BdP, na apresentação do novo cenário.

Este efeito terá dado gás para um ganho de 5% no rendimento nominal das famílias nos últimos três meses de 2024, mas que a instituição admite que seja parcialmente revertido já no arranque do ano, com uma redução de 1,2% face ao trimestre anterior. O BdP diz que o efeito é já visível nos indicadores avançados do consumo privado (que têm mostrado, por exemplo, diminuição nas compras de automóveis e abrandamento nas compras em terminais de pagamento). E a tendência não deverá melhorar até ao verão: "O consumo privado deverá ser também condicionado no segundo trimestre pelo impacto da redução prevista nos reembolsos do IRS, resultante das menores retenções na fonte ocorridas em setembro e outubro de 2024".

O resultado são variações trimestrais do PIB esperadas de apenas 0,2% e 0,4%, respetivamente, para primeiro e segundo trimestres. Mas, a médio prazo, também não há perspetiva de aceleração, com o BdP a apontar para o arrefecimento continuado do rendimento disponível das famílias e, por arrasto, do consumo privado (cujo ritmo quebrará de 3,2% em 2024 para 2,8% neste ano, seguindo-se 1,8% nos seguintes). Em parte, refletindo a expectativa de níveis de poupança mais elevados.

O investimento é a variável que nos deve preocupar mais quando projetamos crescimentos futuros […]. A não ser pela dimensão pública, quer a componente empresarial, quer a componente residencial do investimento têm evoluções bastante contidas.Mário Centeno

Do lado do investimento, entretanto, as projeções estão menos otimistas do que em dezembro. Para este ano, o BdP espera uma retoma mais lenta, num crescimento de 3,9% na formação bruta de capital fixo, quando há três meses contava com 5,4% de subida em 2025. Já para 2026 a subida poderá ser de 4,4%.

"O investimento é a variável que nos deve preocupar mais quando projetamos crescimentos futuros […]. Entramos nesta fase já completamente pós-pandémica, mas muito marcada pelo ciclo inflacionista, com dinâmicas muito contidas no investimento. Na verdade, a não ser pela dimensão pública, quer a componente empresarial, quer a componente residencial do investimento têm evoluções bastante contidas", considerou Mário Centeno, admitindo que mesmo a descida de juros será insuficiente para que o investimento privado compense a quebra esperada no investimento público após a execução dos fundos do PRR. Em 2027, o BdP espera estagnação, projetando 0,1% de variação real nos níveis de investimento.

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