Escalada de tarifas derruba PIB dos EUA. Zona Euro quase imune
17/03/2025 21:18
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) já vê o crescimento mundial a abrandar por efeito das primeiras decisões de subidas de tarifas tomadas por Donald Trump, mas um cenário de taxas adicionais universais, admitido na campanha do Presidente dos EUA, será sobretudo penalizador para a América do Norte. A Zona Euro, apesar das dificuldades em fazer acelerar o PIB, arrisca das menores penalizações por uma guerra comercial alargada.
Num momento em que a forte incerteza gerada a partir da Casa Branca coloca riscos substanciais às projeções de crescimento para os próximos anos, o cenário mais negativo colocado em hipótese pela OCDE numa atualização de previsões lançada nesta segunda-feira antecipa que a economia norte-americana sofra mais do triplo do impacto que poderão enfrentar as economias do euro.
Nos cálculos da organização - que assumem 10% de tarifas adicionais sobre todas as importações dos EUA, excluindo produtos de base, e retaliações da mesma dimensão pelo resto do mundo – a economia norte-americana sofreria um corte de 0,7% para o nível de PIB projetado ao fim de três anos da entrada em vigor das sobretaxas comerciais. O choque seria sentido ainda mais profundamente nos vizinhos norte-americanos, Canadá e México, com reduções de 0,6% e 1,3%, respetivamente. Mas, para a Zona Euro, o impacto antecipado não iria além de 0,2%.
O cenário mais pessimista traçado pela OCDE no seu último relatório intercalar de previsões admite que a nível global as perdas de produto atinjam 0,3%, com expetativa de uma redução no comércio mundial em 2%.
Ao mesmo tempo, a passagem dos custos comerciais para os consumidores agravaria a inflação em 0,4 pontos percentuais ao ano a nível mundial. Novamente, com EUA, Canadá e México a enfrentarem as piores consequências. No espaço do euro, o impacto médio anual a três anos elevaria o nível médio dos preços em pouco mais de 0,2 pontos percentuais.
Os riscos, aqui, poderiam concretizar-se em juros altos por mais tempo e também em maior volatilidade nos mercados financeiros, com a OCDE a ver os mercados de ações potencialmente penalizados e a possibilidade de algum stress também no mercado de obrigações e no mercado de crédito.
"Uma maior fragmentação da economia global é uma preocupação-chave. Aumentos das barreiras comerciais mais alargados e elevados desencadeariam uma política monetária mais restritiva e poderiam fazer emergir uma revisão de preços disruptiva nos mercados financeiros", admite a organização.
Para já, porém, a OCDE assume um cenário central menos grave, contando apenas com o impacto de tarifas adicionais impostas pelos EUA à China, Canadá e México, assim como a subida de taxas para aço e alumínio. Mas já suficiente para fazer abrandar o PIB mundial e para levar à revisão em baixa das projeções para a Zona Euro.
A OCDE aponta para 1% de subida do PIB no espaço do euro em 2025, cortando três décimas ao valor de crescimento esperado em dezembro. Também para 2026 são baixadas as expetativas na mesma dimensão, prevendo-se agora 1,2% de crescimento para a Zona Euro.
"As economias europeias irão experienciar menores efeitos diretos das medidas tarifárias incorporadas nas projeções de base, mas a incerteza política e geopolítica mais elevada deverá restringir o crescimento", assume a organização.
Nas previsões, Alemanha, França e Itália veem as perspetivas de crescimento reduzidas, com expetativas de subidas do PIB de 0,4%, 0,8% e 0,7% neste ano, respetivamente. Em 2026, segundo a OCDE, a Alemanha poderá registar já uma expansão económica de 1,1%, França de 1% e Itália de 0,9%.
Já Espanha demarca-se com uma revisão em alta, e previsões agora de crescimento de 2,6% neste ano e de 2,1% no próximo.
No que toca ao crescimento mundial, ao invés da ligeira aceleração que era esperada no final do ano passado, prevê-se agora um abrandamento de 3,2% para 3,1% neste ano, seguindo-se também perda de velocidade em 2026, com projeção de um crescimento de 3%.
Os dados agora em perspetiva para EUA vão, entretanto, no sentido de uma desaceleração prolongada sob a presidência Trump: 2,2% de subida do PIB neste ano e 1,6% no próximo.
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