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Tarifas de Trump têm impacto quase nulo na UE
12/03/2025 13:30

A partir desta quarta-feira, as relações comerciais entre a União Europeia (UE) e os Estados Unidos deverão conhecer uma nova dinâmica. A Administração de Donald Trump parece decidida – no meio de alguns avanços e recuos – a avançar com tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio, o que deverá impactar nas exportações da UE. Mas, segundo o Instituto Kiel, esse impacto deverá ser quase nulo.

Num estudo divulgado um dia antes da entrada em vigor das tarifas, o instituto alemão revela que, a curto prazo, a economia europeia deverá sentir apenas uma ligeira sacudidela. As estimativas apontam para um impacto direto no produto interno bruto (PIB) real da UE de apenas 0,02%, por via de uma ligeira retração nas exportações europeias de aço e alumínio – as duas matérias-primas que estão na mira do presidente dos Estados Unidos. E, nos próximos meses, não é esperado que as tarifas venham a alimentar a inflação na UE.

Esse "efeito mínimo", como refere o "think tank" alemão, é explicado pelo facto de os produtos visados pelas tarifas previstas por Donald Trump representarem apenas "cerca de 5% do total de exportações da UE" e, desses, "apenas uma pequena fração" ser exportada para os Estados Unidos. Em 2024, a UE terá exportado um valor total de cerca de 129 mil milhões de euros nesse tipo de bens, segundo dados do Eurostat divulgados esta terça-feira.

Mas o impacto económico das tarifas norte-americanas não será uniforme entre os 27 Estados-membros da UE. Segundo as contas do Kiel, a Alemanha deverá ser o país mais penalizado pelas tarifas norte-americanas sobre as importações de aço e alumínio. Ainda assim, esse impacto negativo no PIB alemão não deverá ir além dos 0,03% a curto prazo, mais uma centésima do que o esperado no conjunto dos 27. Na segunda maior economia (França), o impacto previsto é de -0,01% no PIB francês.

No conjunto, as exportações europeias podem vir a cair 0,06%, no curto prazo, em resultado da imposição de tarifas de 25% sobre todas as compras norte-americanas à UE de aço e alumínio. Já a inflação deverá manter a atual trajetória decrescente, podendo ainda as tarifas contribuir para uma desaceleração de 0,07% no índice de preços.

0,02%Impacto
Impacto económico negativo das tarifas norte-americanas sobre o aço e alumínio no PIB europeu, segundo as contas do Instituto Kiel.

Comparando com outros países ou blocos geopolíticos também visados pelas tarifas que Donald Trump quer impor, a UE é dos menos afetados. O Canadá e o México são os que estão mais vulneráveis às novas tarifas, com as estimativas do Kiel a apontarem para uma queda do PIB real de 0,39% para o Canadá e uma queda de 0,19% para o México. Já a China e o Japão deverão escapar ilesos no curto prazo, enquanto se antevê que os BRIC sofram um impacto idêntico ao da UE (-0,02% no PIB conjunto).

São, porém, os Estados Unidos os principais prejudicados pelas tarifas de Donald Trump. No curto prazo, é esperado que as taxas adicionais tirem 0,04% ao PIB real norte-americano, mas o prejuízo económico será considerável no que toca às exportações e à inflação. Prevê-se que os preços nos Estados Unidos possam subir 0,41% nos meses seguintes à imposição de tarifas, tendo em conta que é provável que os produtores de aço e alumínio dos Estados Unidos repercutam o aumento de custos aos consumidores nacionais. Por outro lado, espera-se que as exportações dos Estados Unidos diminuam 1,37%.

Novas tarifas a caminho

Donald Trump reconhece que as tarifas vão fazer mossa na economia norte-americana, mas assegura que será apenas um "período de transição" até que os Estados Unidos acertem a sua balança comercial face ao exterior. Em relação à UE, a balança comercial norte-americana tem sido sucessivamente deficitária para os Estados Unidos, com o défice a aumentado para 198,2 mil milhões de euros em 2024.

"Mesmo que os efeitos diretos da política tarifária de Trump na UE sejam insignificantes, sinalizam o potencial para medidas de proteção adicionais. A UE deve manter-se vigilante e preparada para uma possível escalada", defende o economista Julian Hinz, do Instituto Kiel.

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