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Inapa: CMVM não diz se investiga auditora PwC, mas assegura que não está "indiferente"
25/09/2024 12:30

A Comisssão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) não abre o jogo se está ou não a investigar a PriceWaterhouseCoopers (PwC), enquanto auditora da Inapa, já que a distribuidora de papel antecipou no último relatório e contas a continuação da atividade da empresa, o que não mereceu qualquer reserva por parte da auditora.

No entanto, o supervisor assegura que "não pode ficar indiferente" face a situações de "grande impacto" no mercado.

"Não falando de situações concretas, todos os factos que ocorram no mercado são suscetíveis de análise da CMVM, nas múltiplas aceções que [o supervisor] tem", começou por explicar o administrador da CMVM José Miguel Almeida, durante a apresentação do relatório anual sobre supervisão de auditoria.

Assim, "face a situações de grande impacto, o regulador e supervisor não pode ficar indiferente a estas matérias". E o administrador até deu um exemplo.

"Quando foi o [caso] Luanda Leaks os meios de comunicação social espoletaram o problema e a CMVM não deixou de fazer a análise", acrescentou José Miguel Almeida.

No final de julho, o Negócios questionou a CMVM sobre se estaria ou não a investigar a PwC. Na altura, o supervisor disse apenas que estava "a monitorizar a situação relacionada com a Inapa", mas não revelou se haveria investigação.

No relatório e contas da Inapa do exercício de 2022 (o de 2023 ainda não foi publicado), a PwC – umas das "big four" da consultoria a nível mundial -  não colocou qualquer reserva ao facto de o conselho de administração da Inapa ter antecipado a continuidade das operações nos 12 meses seguintes à divulgação do relatório.

A consultora salientou apenas, no campo destinado a factos relevantes, que existia alguma subjetividade nas estimativas do "board" para os 12 meses seguintes. Entretanto, em julho deste ano a Inapa pediu a insolvência.

Esta situação levou mesmo dois acionistas da Inapa a avançarem com uma ação popular no Juizo Central Civil de Lisboa contra a PriceWaterhouseCoopers.