ÚLTIMAS NO NEGÓCIOS.PT

Recibos de salário usados para pressionar Governo
24/07/2024 06:00

Os trabalhadores de sete grandes empresas vão começar a notar uma diferença nos respetivos recibos de vencimento. Altice, BA Glass, EDP, Grupo Sousa, José de Mello, Salvador Caetano e Sugal vão passar a explicitar, com ajuda de gráficos, quanto é que o Estado arrecada do salário pago pela empresa. A medida, que serve para pressionar o Governo, levando-o a reduzir a carga fiscal, é promovida pelo Business Roundtable Portugal (BRP), associação que representa 43 grandes empresas nacionais.

“Recebemos recibos de salário que contam apenas uma parte da história, contam o que nós vulgarmente chamamos de salário bruto”, afirma ao Negócios Pedro Ginjeira do Nascimento, secretário-geral do BRP Portugal. “Mas há uma componente muito relevante, que é a TSU [Taxa Social Única] do empregador, que está totalmente omissa do recibo de salário e que, portanto, faz com que as pessoas, até vários empresários e os políticos em geral, não tenham a perceção do que são os encargos legais do trabalho”.

O responsável nota que “42,3% é a taxa média desses encargos em Portugal, contra 34,8% na média da OCDE, um desnível bastante significativo”. Portugal tem “a oitava carga fiscal mais pesada” entre os 38 países desenvolvidos que fazem parte desta organização internacional, sublinha Pedro Ginjeira do Nascimento.

Na opinião do representante do BRP, esta iniciativa “vai contribuir para repor a verdade dos factos e para a literacia económica e financeira da população como um todo”.

Além de “incluir todas as componentes do custo ou do valor do trabalho”, o objetivo passa ainda por apresentar a informação “de uma forma mais simples, mais intuitiva, gráfica, que permita a alguém que não tem um curso de economia, de fiscalidade ou direito compreender exatamente o que é que está a receber, quanto é que ficou retido nas mãos do Estado e quanto é que foi pago pelo empregador”.

Mais empresas vão aderir

Questionado sobre a razão pela qual apenas sete das 43 empresas representadas pelo BRP avançam com a medida, Pedro Ginjeira do Nascimento responde que não esperam obter unanimidade para lançar iniciativas: “Desde que acreditemos que é importante e que tenhamos uma massa crítica de empresas interessadas para implementar determinadas iniciativas para o bem do país, pomo-las em prática”, refere o responsável do BRP, notando que estão, para já, abrangidos 24 mil trabalhadores.

“O que temos são os sete grupos empresariais que já conseguiram fazer todas as alterações, até do ponto de vista da contabilidade, da tecnologia, para tornar isso possível e que estão agora a começar”, explica Pedro Ginjeira do Nascimento, indicando que “existe um conjunto de outros associados que estão em várias fases anteriores desse processo”, pelo que espera “que este grupo de sete se vá progressivamente alargando”.

“Três pecados” do Estado

Segundo Pedro Ginjeira do Nascimento, o Estado comete “três pecados” na relação com os contribuintes. Primeiro, considera que o atual sistema fiscal “desincentiva o sucesso nas empresas e nas pessoas”, porque, “em nome da progressividade”, penaliza “quem se esforça, quem arrisca, quem tem vontade e ambição de fazer mais”.

Depois, considera que é um sistema “muito caro”, o que, na sua opinião, não muda com as propostas do Governo. O IRS Jovem, “não faz nada para a economia como um todo”, ao contrário da redução do IRC, que “parece vir fazer alguma coisa”, embora “não resolva a tal progressão, que era o primeiro pecado”. E, finalmente, o terceiro “pecado” do sistema fiscal é o facto de ser “hipercomplexo”.



 

Recebemos recibos de salário que contam apenas uma parte da história (...) Vários empresários e os políticos não têm a perceção do que são os encargos legais do trabalho. Pedro Ginjeira nascimento
Secretário-geral do BRP

 

 

24
Trabalhadores
Para já, a medida é adotada por empresas que abrangem 24 mil pessoas.

 

 

36
Empresas
O BRP representa 43 grandes empresas, das quais 36 não avançam já com a alteração aos recibos.

 

Maria Luís Albuquerque defende que habitação deve ser prioridade
31/08/2024 22:15

António Costa: "Financiamento da União Europeia vai exigir grande esforço de imaginação"
31/08/2024 21:33

PCP diz que Chega e PS "farão tudo para que orçamento passe"
31/08/2024 18:13

Roger Schmidt sai do Benfica
31/08/2024 17:57

Sindicato acusa Menzies de coagir trabalhadores a falhar greve mas empresa refuta
31/08/2024 16:50

Mesmo sem mais medidas, OE 2025 já tem quase 6 mil milhões de despesa comprometida
31/08/2024 14:44

Greve nos aeroportos com 50% de adesão e sem cancelamentos
31/08/2024 12:44

Papa defende energias renováveis e produção e consumo "justos e inclusivos"
31/08/2024 12:09

Juiz do Supremo brasileiro manda suspender plataforma X no Brasil
30/08/2024 21:58

Dados da inflação dão ânimo a Wall Street
30/08/2024 21:33

Standard & Poor's mantém dívida portuguesa em A- com perspetiva positiva
30/08/2024 21:21

ANA admite cancelamentos de voos no fim de semana devido a greve na Menzies
30/08/2024 20:52

Haitong Bank lança oferta de compra de obrigações de até 230 milhões de euros
30/08/2024 20:05

Governo rejeita gratuitidade do serviço da Lusa
30/08/2024 19:55

Nova administração da Parpública entra em funções na segunda-feira
30/08/2024 19:07

Parpública aumenta lucros em 18% para 183 milhões mas Inapa pesa nas contas
30/08/2024 18:41

PSI termina semana no verde. EDPR acelera 2,6%
30/08/2024 17:02

Ventura também tem um "irrevogável". Chega retira-se de negociações do OE e deverá votar contra
30/08/2024 16:49

Fundo angolano emite garantia de crédito de 80 milhões de dólares para diverficação económica
30/08/2024 16:42

Receitas de IRC fazem disparar o saldo orçamental até julho para mais de mil milhões
30/08/2024 16:36

Ajuda

Pesquisa de títulos

Fale Connosco