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A inflação é mais importante no longo prazo?
23/11/2020 13:00

Paulo Rosa, Economista Sénior do Banco Carregosa

Desde o início da pandemia, o significativo aumento de 70% do balanço da Reserva Federal dos EUA (Fed) tem gerado junto dos investidores receios quanto a uma subida da inflação acima do desejável. As reservas bancárias justificam cerca de 50% do aumento e a conta geral do tesouro norte-americano responde pela outra metade do incremento.

O dinheiro que está sob a forma de reservas bancárias, ou seja, moeda central, só chegará ao público em geral, famílias e empresas, se os bancos comerciais, e os seus analistas de crédito, concederem mais empréstimos à economia real, através do acréscimo de moeda crédito. Todavia, o multiplicador monetário, rácio dado pelo agregado monetário, por exemplo M1, e a base monetária do banco central, mantém-se praticamente inalterado, não existindo pressões inflacionistas, até ao momento, em resultado da significativa criação de moeda central. Em boa verdade, nos últimos sete meses o total de depósitos à ordem nos EUA subiu cerca de 1,5 triliões de dólares e as reservas bancárias cresceram na mesma proporção, logo o rácio mantém-se, e não houve lugar à criação de nova moeda crédito, muito devido à política restritiva dos analistas de crédito dos bancos comerciais na concessão de empréstimos e o excesso de capacidade instalada na economia. Até ao momento, não se vislumbra qualquer risco de aparecimento do imposto inflacionário, devido ao considerável aumento de moeda pela Fed. Todavia, a conta do governo norte-americano mais do que multiplicou por três para responder às perdas económicas em resultado do distanciamento social ditado pela pandemia, e pode mais tarde redundar em mais inflação se esse dinheiro chegar à economia real. O aumento da dívida do Estado, através da monetização, é um processo semelhante à criação de moeda pela Fed e tem custos associados de mais impostos, se existir necessidade de reduzir o montante de dívida pública, e um imposto inflacionário no que respeita ao banco central. Por enquanto, assiste-se a um aumento histórico da taxa de poupança nos EUA, acima dos 30% em maio, mais um fator deflacionário. A globalização e os avanços tecnológicos contribuem também para a diminuição dos preços. Grande parte do dinheiro criado pela Fed está a ser canalizado mais para os ativos financeiros e é pouco aquele que chega ao consumo de retalho. A velocidade de circulação de moeda, quando revisitamos a teoria quantitativa da moeda (M*V=P*T, massa monetária igual ao PIB nominal), está em mínimos históricos, mais um fator que, para já, é deflacionista porque retira preponderância à criação de moeda central, mesmo apesar de esta não alcançar a economia real, travada pelos bancos comerciais que não criam moeda crédito, sendo esta a maioria da massa monetária de uma economia.

De realçar que o consumo cresce a ritmos decrescentes à medida que aumenta o rendimento disponível, logo a maior preocupação para a subida da inflação e pressão sobre os preços está mais nos rendimentos médios e mais baixos e, provavelmente, na remuneração do trabalho, cujo peso está em mínimos históricos nos 43%, quando há 20 anos era de 48%.

A subida da inflação seria um entrave ao presente bull market, iniciado em meados de março, depois do bear market mais curto de sempre, de apenas 15 dias.

Mas o jogo da bolsa é de muito curto prazo, e porque no longo prazo estaremos todos mortos, para o ganhar a estratégia não passa por desvendar a tendência da variável macroeconómica inflação, mas pela maior exposição a produtos alavancados e derivados.



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