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As diferenças da segunda vaga e um apelo do presidente do BCP
18/09/2020 07:00

Bom dia!

O Juízo do Comércio de Lisboa fez um despacho para a Relação de Lisboa a pedir que esta levante o sigilo do relatório sobre a atuação do Banco de Portugal no caso do BES, pedido à KPMG. Caso a Relação venha a decidir nesse sentido, a entidade liderada por Mário Centeno já poderá para tornar pública a auditoria ao único protagonista da resolução cuja avaliação não é conhecida.

Recorde-se que foi o Juízo do Comércio que pediu, em nome de Ricardo Saldado e do ex-administrador do BES, Rui Silveira, para que o dever de segredo seja levantado. O antigo presidente do banco quer pôr os holofotes no supervisor.

Da resolução do BES nasceu o Novo Banco e toda a polémica sobre as injeções de capital do Fundo de Resolução, tornadas entretanto num tema decisivo do Orçamento do Estado para 2021, perante a recusa do Bloco de Esquerda em que lá entre mais financiamento público.

Quem também não gosta do modelo é o presidente executivo do BCP. Em declarações ao Negócios, Miguel Maya defende uma nova lei para financiar o Fundo de Resolução que obrigue também as sucursais de bancos estrangeiros a contribuir, em nome da sã concorrência. "Se alguma coisa está mal, que haja coragem e suporte político para o mudar", atira.

A segunda vaga da pandemia está aí, mas há vários aspetos em que está a ser diferente da primeira. Por exemplo, a percentagem média de testes com resultado positivo nos últimos sete dias ronda os 3,2%, bem longe dos 7,5% registados em abril. Há outras diferenças a assinalar.

O número de contágios está a acelerar, numa altura em que reabrem as escolas. O primeiro-ministro reúne hoje o gabinete de crise.

De ontem vem o anúncio da criação de uma bolsa de habitação do Estado para arrendar. Mas há mais novidades: o Governo alterou a Lei orgânica do Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana, dando-lhe mais poderes, nomeadamente o de fiscalizar as condições de habitabilidade dos imóveis arrendados, incluindo os quartos para estudantes.

"Os políticos sempre mentiram. Nalguns casos com boas razões." Quem o diz é Pedro Rosa Ferro, economista com doutoramento em Ciência Política, autor do livro "Política, Ciência e Consciência" e o entrevistado do Weekend desta semana.

O professor da AESE Business School considera que "o discurso do medo tornou-se excessivo" na pandemia. "A última palavra não pode ser dada pelos peritos, porque eles não têm uma visão de conjunto", acrescenta.

Pode ainda ler um trabalho sobre o ruído, o parente pobre das causas ambientais. Só na Europa, a exposição ao ruído surge associada a 12 mil mortes prematuras. Em Lisboa – a segunda capital no que toca à exposição ao ruído do tráfego aéreo –, 33 mil habitantes sofrem com níveis de poluição sonora acima do valor legal.

Nos retratos das grandes famílias, novo "episódio" sobre o "clã" Amorim. José Alves de Amorim foi um dos artífices da criação da dinastia da família na cortiça, mas fundou também a Amorim Lage, hoje Cerealis, e a Fabor, companhias que ainda estão nas mãos dos seus descendentes.