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Gosta de especular? Isto é para si
04-08-2020 11:00

A pandemia da covid-19 está a marcar 2020, e os seus efeitos económicos deverão sentir-se por muito tempo. As medidas de confinamento fizeram com que o consumo caísse a pique. Famílias em casa, empresas e lojas encerradas, cidades vazias… são imagens que marcaram o quotidiano durante vários meses.

As matérias-primas não passaram incólumes. A paralisia da atividade e o colapso da procura levaram o preço da maioria das "commodities" a registar fortes quedas. A oferta continuou, como na pré-crise, a exceder largamente a "nova" procura. Nos Estados Unidos, o preço do petróleo chegou mesmo a transacionar-se em valores negativos. Ou seja, a oferta era tanta face à procura, que muitos produtores pagaram para se verem livres dos barris de crude, porque nem os podiam armazenar.

As economias começam agora a entrar numa fase de desconfinamento gradual.

Aos poucos, mais setores estão a iniciar a atividade. Neste contexto, a expectativa de uma recuperação do crescimento, nos próximos meses, gerou otimismo entre alguns investidores e levou a um ressalto no valor das bolsas e das matérias-primas. Após um período sombrio, as cotações voltaram a subir acentuadamente em abril e maio. Será este fenómeno sustentável? É difícil prever com exatidão, mas as incertezas abundam. A duração da pandemia e a verdadeira dimensão do seu impacto económico são incógnitas. Até haver uma vacina, as economias não vão poder operar a 100 por cento. Estima-se que só em 2022, ou depois, se regresse aos níveis de 2019. Deste prisma, as matérias-primas ainda têm muita turbulência pela frente. É preciso ainda considerar as suas especificidades. Ouro, cobre, petróleo ou bens agrícolas são influenciados por fatores bastante distintos. Por exemplo, o petróleo depende da atividade económica, mas também das decisões da Organização dos Países Exportadores de Petróleo. O cobre, usado na maioria das infraestruturas, é um barómetro da economia mundial. Já as matérias agrícolas flutuam, muitas vezes, ao sabor das condições climáticas e das colheitas em países-chave. Por sua vez, o ouro é um valor de refúgio.

Além da difícil conjuntura, há novos fatores estruturais. Durante muito tempo, a cotação de diversas matérias-primas beneficiou da maior procura de países emergentes, como a China e a Índia.

Por um lado, a melhoria das condições de vida de milhões de pessoas trouxe maior pressão sobre a produção de alimentos. Por outro, os vastos investimentos em infraestruturas puxaram pelo valor dos metais. Como a oferta é tipicamente rígida, adaptou-se com desfasamento às necessidades do mercado, permitindo que os preços subissem. Mas, com o passar do tempo, os produtores reforçaram a oferta. Assim, desde a crise financeira de 2008, atravessam um marasmo e enfrentam agora uma procura debilitada pelos efeitos da pandemia. Os emergentes, grandes consumidores de matérias-primas, sofrerão mais por causa da covid-19 e da contração do comércio internacional. As suas perspetivas de crescimento não deverão melhorar.

Apelo ao risco

Se está entre os mais otimistas, há produtos financeiros que permitem lucrar com uma eventual valorização das matérias-primas. Uma das opções é investir através de fundos de ações dedicados a empresas do setor. Por exemplo, extração de minerais ou petrolíferas. O valor destes fundos reflete apenas indiretamente o comportamento do valor das matérias-primas. Os lucros das empresas dependem não apenas do preço a que as vendem, mas também da gestão, dos custos, da dimensão, dos mercados, etc.


A maioria dos ETF de matérias-primas tem elevado risco. Os investidores prudentes devem ficar afastados.


A forma mais eficaz de investir é, por isso, através de Exchange Traded Funds, ou ETF, negociados através de ordens de bolsa idênticas às das ações. O seu valor reflete a evolução da cotação de mercado da matéria-prima. Alguns ETF compram e armazenam a própria matéria física, como o ouro e a prata. O património é constituído por ativos físicos. Porém, para muitas matérias, não é exequível comprar o ativo real, como petróleo ou produtos agrícolas. Os ETF não teriam como armazená-los e negociá-los sem elevados custos. Assim, o seu património é constituído, sobretudo, por ativos financeiros derivados sobre a respetiva matéria-prima, que podem ser facilmente negociados por uma gestora. Para o investidor, desde que não haja um colapso do sistema financeiro, as diferenças são mínimas.

Como são negociados em bolsa, a cotação dos ETF evolui com o desempenho do preço de uma matéria-prima: ouro (gold), prata (silver), petróleo (oil), cobre (copper), algodão (cotton), café (coffee), milho (corn), soja (soybeans) e trigo (wheat), etc. Também existem ETF que acompanham cabazes de metais preciosos (precious metals), de bens agrícolas (agriculture) ou de matérias-primas em geral (commodities). Consulte a seleção da Deco Proteste em www.deco.proteste.pt/investe.

Privilegia a prudência?

Pelas razões que enumerámos, as probabilidades de uma valorização sustentada a longo prazo são diminutas. É improvável que a cotação da maioria das matérias-primas volte a registar o excelente desempenho anterior à crise financeira de 2008. A pandemia trouxe ainda mais nuvens ao horizonte. Esta classe de ETF acarreta elevados riscos e exige um bom conhecimento dos mercados das matérias-primas subjacentes. São essencialmente uma ferramenta para especuladores: os investidores mais prudentes devem ficar afastados destes produtos. A exceção são os ETF sobre o ouro. Trata-se de uma matéria-prima considerada valor de refúgio. Por isso, até tende a beneficiar dos tempos de crise e depende pouco da procura para uso industrial. Ainda assim, recomendamos que limite a exposição a 5% do valor dos seus investimentos. E quais são os melhores ETF? O produto iShares Physical Gold ETC é uma opção. Veja outras na tabela anexa.

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